Adriano da Nóbrega é apontado como o chefe do Escritório do Crime
Adriano da Nóbrega é apontado como o chefe do Escritório do CrimeReprodução
Por O Dia
Rio - Escutas telefônicas analisadas pela Polícia Civil do Rio sugerem que pessoas que participavam da rede de proteção de Adriano da Nóbrega, o Capitão Adriano, enquanto ele estava foragido, tenham procurado o presidente Jair Bolsonaro.
Os dados do relatório da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Polícia Civil do Rio, divulgados neste sábado pelo portal The Intercept, revelam que os comparsas do Capitão Adriano fizeram contato com "Jair", logo após a morte do miliciano, em fevereiro de 2020. Outras referências que os policiais constataram na escuta foram "HNI (PRESIDENTE)" e "cara da casa de vidro".
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As primeiras conversas que chamaram a atenção dos investigadores para esse possível contato com o presidente teriam acontecido no dia 9 de fevereiro, logo após a morte de Adriano durante uma operação policial na Bahia, e continuaram por 11 dias.
O relatório foi feito a partir de quebras de sigilo telemático e telefônico de pessoas suspeitas de ajudar Capitão Adriano a se esconder, nos 383 dias que ele ficou foragido.
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A reportagem do The Intercept apurou com fontes do Ministério Público do Rio (MPRJ) que "o cara da casa de vidro" seria uma referência aos Palácios do Planato e da Alvorada, sedes do governo federal e da casa oficial do presidente, respectivamente. Ambos os imóveis possuem fachada de vidro.
Por não ter competência para investigar Jair Bolsonaro, o MPRJ pediu que a justiça interrompesse a quebra dos dados telefônicos dos envolvidos, já que, neste caso, os procuradores precisam encaminhar o inquérito para a Procuradoria Geral da República (PGR).
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Procurada, a PGR declarou que as buscas feitas no sistema através do número do processo indicado não apresentaram resultados.