Geral - Inicio da Vacinaçao de profissionais da educaçao da rede publica. Profissinais da educaçao basica começam a ser vacinados contra a Covid-19, na Clinica da Familia Sergio Vieira Mello, no Catumbi, regiao central do Rio.
Geral - Inicio da Vacinaçao de profissionais da educaçao da rede publica. Profissinais da educaçao basica começam a ser vacinados contra a Covid-19, na Clinica da Familia Sergio Vieira Mello, no Catumbi, regiao central do Rio.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por YURI EIRAS E TATIANE GOMES*
Rio - Parte dos municípios do Rio de Janeiro corre risco de não aplicar a segunda dose na população por falta de vacinas da Coronavac. Há relatos de idosos que não conseguiram receber o imunizante em postos de saúde de algumas cidades da Baixada Fluminense nos últimos dias. Mais cedo, em sessão no Senado Federal, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu problemas no processo de distribuição da vacina produzida pelo Instituto Butantan.
O problema, segundo Queiroga, é no atraso do envio dos insumos vindos da China para São Paulo. "Tem nos causado certa preocupação a CoronaVac, a segunda dose. Tem sido um pedido de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, há cerca de um mês se liberou as segundas doses para que se aplicassem. E agora, em face de retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose", disse o ministro.
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Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, uma idosa de 78 anos estava marcada para tomar a segunda dose da Coronavac na última semana. Mas ao chegar, recebeu a notícia de que o imunizante estava em falta. "Pediram para eu aguardar mais uma semana, que ainda estaria no prazo da vacina ser eficaz. Mas garantias, não deram. O problema é que enquanto isso, não sei o que fazer. Se tomo outra, se espero", disse a idosa, que preferiu não se identificar.
Presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o infectologista Renato Kfouri ressalta a importância de cumprir com rigor a recomendação das bulas das vacinas: a segunda dose da CoronaVac deve ser aplicada em um período entre 14 e 28 dias após a primeira. A Oxford/AstraZeneca tem intervalo mais de longo, de até três meses. Kfouri lembra que "a segunda dose não é um reforço, é o que completa o esquema de proteção".
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"Os prazos que a gente tem são baseados nos estudos, mostrando que as vacinas podem ser aplicadas neste intervalo sem prejuízo da sua eficácia. A vacina da Coronavac não tem informação da sua eficácia entre doses. Foram feitos estudos com intervalo curto. Com a vacina de Oxford, foi possível avaliar que indivíduos, ao receberem a primeira dose, ficam até três meses protegidos", afirmou o infectologista. "Se você fizer intervalos diferentes, você sai de uma zona de conhecimento do que vai acontecer".
Kfouri explicou ainda que não há qualquer comprovação de eficácia na mistura de doses - quando a pessoa toma a primeira dose de um imunizante, e a segunda de outro. A recomendação, segundo o especialista, é "não aplicar dose nenhuma".
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"Em relação a mistura das vacinas, ou intercâmbio, também não há estudo. A gente não sabe se isso protege, ou não protege. Como se não se conhece os dados de segurança, a recomendação é não aplicar dose nenhuma. Quem tomou a de uma, e por engano tomou a segunda dose da outra, o esquema é considerado finalizado".
Em nota, a prefeitura de Duque de Caxias informou que o lote da vacina Coronavac recebido pela Secretaria Municipal de Saúde no domingo (25/04), foi destinado exclusivamente para a aplicação da segunda dose nos caxienses que já receberam o imunizante. "Nesta segunda-feira (26), a equipe da Saúde aplicou a segunda dose apenas para quem tomou a primeira dose da Coronavac no dia 24 de março nos seguintes locais: Praça de Imbariê; Praça do Canal Farias (Saracuruna); e Praça do Dr. Laureano.

A PMDC reforça que aguarda a entrega de novas doses da vacina Coronavac, pelo Ministério da Saúde, para dar continuidade do calendário de segunda dose no município.

A Secretaria Municipal de Saúde está disponibilizando o canal direto “Informativo Covid”, através do WhatssApp (21) 98880-9783, para que a população possa tirar dúvidas e obter informações atualizadas sobre a vacinação no município", diz o documento.
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Já a Prefeitura de Nova Iguaçu afirmou que está "enfrentando um problema momentâneo de desabastecimento de vacinas coronavac para a aplicação da segunda dose".
"As doses foram aplicadas de acordo com cronograma da Secretaria Estadual de Saúde. Aguardamos, portanto, as próximas entregas para prosseguir. Prevenida, a secretaria municipal de saúde de Nova Iguaçu marcou o retorno para a segunda dose em 21 dias e não 28 dias, deixando a população coberta dentro do prazo máximo de retorno. O município está avançado em relação à vacinação, cumprindo todos os requisitos de segurança e obtendo sucesso nas aplicações", diz a nota.
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Na última sexta-feira, a Secretaria Estadual de Saúde recebeu 558.990 doses de vacinas, sendo 78 mil da CoronaVac e 480.990 da Oxford/AstraZeneca.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes