Henry Borel morreu aos 4 anos de idade. Padrasto e mãe do menino foram acusados e estão presos por homicídio
Henry Borel morreu aos 4 anos de idade. Padrasto e mãe do menino foram acusados e estão presos por homicídioReprodução internet
Por Bruna Fantti
Rio - No feriado de Tiradentes, na semana passada, uma forte chuva atingiu a cidade do Rio e foi o estopim para uma infiltração que fez cair parte do teto do laboratório de Toxicologia, que fica no IML (Instituto Médico Legal).
Por sorte, os equipamentos não foram atingidos e ninguém se feriu. Mas, desde então, os exames que ali estavam sendo processados estão paralisados. É o caso do laudo que pode constatar se havia algum tipo de droga no sangue de Henry Borel, morto no dia 8 de março, na Barra da Tijuca.
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O laudo, no entanto, não é essencial para a conclusão do inquérito, que já possui provas robustas da autoria do crime, segundo a Polícia Civil. O resultado do exame para saber se Henry estava ou não dopado quando sofreu as 23 lesões, que é feito nesse laboratório, poderá ser enviado ao Ministério Público, posteriormente. A previsão é que o inquérito seja concluído até o fim da semana.
A suspeita do uso de algum remédio foi corroborada após uma testemunha afirmar à polícia que Monique Medeiros, mãe de Henry, ministrava, diariamente, três vezes ansiolíticos ao filho, além de um xarope de maracujá, para a criança dormir. A reportagem apurou com agentes que, para o exame toxicológico ser feito, é necessária a instalação de um ar-condicionado central no laboratório. Para isso, não há falta de dinheiro e, sim, mão de obra qualificada para agilizar o processo de compra do equipamento.
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Concurso: anúncio de 400 vagas
O déficit de pessoal gabaritado é resultado de anos sem renovação nos quadros da polícia. Ontem, finalmente, a corporação passou a vislumbrar uma luz no fim do túnel: um novo concurso foi autorizado, com 400 vagas, de acordo publicação no Diário Oficial do Estado. A realização do concurso já havia sido antecipada ao O DIA pelo governador em exercício, Cláudio Castro, que apoia a sua sua realização. Há vagas para nível médio e superior. 
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Sem concurso, não haveria peritos em oito anos
Segundo promotores, desde 2001 a lei estabeleceu 500 vagas para o cargo de peritos legistas da Polícia Civil. Quase 20 anos depois, apenas 200 peritos legistas são responsáveis pelos exames em todo o estado. "Os concursos são escassos e, agora, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, fica ainda mais difícil de se conseguir completar este quadro, que está completamente defasado", disse um especialista, que preferiu não se identificar.
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Ainda de acordo com previsão de estudos internos da própria Polícia Civil, repassados ao Ministério Público, a estimativa é que, sem um novo concurso, dentro de 8 anos não haveria mais peritos legistas na Secretaria de Polícia Civil. Para os que estão na corporação, a preocupação é pelo legado: "sem renovação nos quadros, não temos como passar conhecimento acumulado", disse um perito.