Vigilante e marceneiro morrem em confrontos que deixaram 18 baleados no Rio
PMs e criminosos trocaram tiros em diversos pontos da cidade e nove pessoas morreram. O vigilante, Denis Francisco Lima Paes, e o marceneiro, Gemerson Patricio de Souza morreram. A caixa de supermercado Bruna Barros Viana foi baleada no pescoço, mas sobreviveu
Por O Dia
Rio - Moradores do Rio passaram por momentos de terror em diversos pontos da cidade durante troca de tiros entre policiais militares e criminosos. Um vigilante, uma caixa de supermercado e um marceneiro estão entre os 18 baleados no período de 12 horas, da noite de segunda-feira (26) a manhã de terça (27). O vigilante, Denis Francisco Lima Paes, e o marceneiro, Gemerson Patricio de Souza, morreram. A caixa de supermercado Bruna Barros Viana, de 39 anos, foi atingida no pescoço, mas sobreviveu.
Bruna Barros foi baleada na noite da última segunda-feira (26). Ela foi atingida no pescoço durante um tiroteio na Rua Barão de Petrópolis, no Rio Comprido, Zona Central da cidade, próximo ao Morro dos Prazeres, quando estava dentro de uma van, retornando do trabalho. No local, a PM informou que o traficante Marcelinho dos Prazeres foi morto. Na tarde de ontem, a família informou que ela passava bem e já conseguia conversar com a família.
Informações iniciais apontavam que ela não conseguia mover as pernas e os braços. No entanto, segundo a família da baleada, o quadro de saúde foi estabilizado e Bruna já consegue realizar pequenos movimentos. O médico informou à família que por muito pouco ela não faleceu. A bala ficou alojada em seu pescoço mas, ainda segundo os médicos, ela não corre o risco de ficar tetraplégica.
Ela foi socorrida e levada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. A caixa de supermercado estava a caminho da casa da filha de 19 anos no Rio Comprido, para o aniversário da jovem, quando foi atingida. Nesta quarta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o quadro da Bruna é estável.
Publicidade
O vigilante Denis foi baleado no Morro dos Prazeres, também na noite de segunda (26). Ele foi ferido na perna e chegou a ser levado com vida para o hospital, mas não resistiu. O trabalhador estava voltando para casa quando foi atingido. Ele deixa esposa e cinco filhos.
O marceneiro Gemerson morreu durante o intenso tiroteio entre criminosos e policiais militares, no começo da manhã de terça-feira (27), no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio. De acordo com a PM, pelo menos sete pessoas foram baleadas na região.
Publicidade
Gemerson Patrício foi atingido quando passava na passarela localizada acima da Avenida Pastor Martin Luther King Jr., na altura da estação do metrô de Tomás Coelho. Ele foi socorrido para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu e morreu. De acordo com amigos, que prestaram homenagens ao trabalhador nas redes sociais, Gemerson estava a caminho do trabalho.
"A gente que trabalhava ali via como era perigoso porém a gente nunca espera que vai acontecer sai de lá já em 2019 e vejo que foi um livramento", escreveu um colega da vítima. Informações iniciais apontam que ele era morador de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias. Ele deixa esposa e dois filhos.
Publicidade
'Não havia operação', afirma PM
O porta-voz da Polícia Militar afirmou que pelo menos nove pessoas morreram em ações policiais desde a noite de ontem no Rio, em um intervalo de 12 horas. Seis dessas eram criminosos, segundo o porta-voz Rafael Batista. A PM apura a identificação dos outros três. A declaração foi dada ao RJTV, da TV Globo. Outras nove pessoas ficaram feridas nas ações.
Publicidade
Na noite de segunda-feira (26), a polícia matou um dos chefes do Morro dos Prazeres e um comparsa. Segundo a PM, o confronto aconteceu por volta das 22h na Rua Barão de Petrópolis, no Rio Comprido, local que Bruna foi baleada. Em nota, a PM informou que uma equipe da UPP foi atacada por homens armados. Entre os criminosos estava Marcelo da Silva Guilherme, o Marcelinho dos Prazeres, apontado como chefe do tráfico local.
Durante a manhã de terça-feira (27), a Polícia Militar realizou operações em diversas comunidades da Zona Norte. As ações aconteceram no Morro da Providência, no Centro do Rio, no Morro do Juramento e na Mangueira, Zona Norte do Rio.
No Morro do Juramento, pelo menos sete pessoas ficaram feridas. Segundo a corporação, policiais militares do 41º BPM (Irajá) foram atacados na manhã de terça-feira (27) por criminosos armados atravessando uma passarela na Avenida Martin Luther King, altura de Vicente de Carvalho, dando início a uma reação da equipe. Dez pessoas foram baleadas e socorridas ao Hospital Estadual Carlos Chagas e Hospital Municipal Salgado Filho. Quatro fuzis, quatro pistolas, uma granada e drogas não contabilizadas foram apreendidos.
Na ação no Prazeres, ainda de acordo com a PM, uma equipe da UPP foi verificar denúncias de criminosos armados na comunidade. No local indicado, os policiais foram atacados por disparos de arma de fogo e reagiram. Um suspeito foi baleado e um artefato explosivo de fabricação caseira foi apreendido. Ele também foi socorrido ao Hospital Municipal Souza Aguiar.
Publicidade
A direção do Hospital Municipal Souza Aguiar afirmou que recebeu ao todo nove vítimas de disparos por armas de fogo, entre as quais quatro chegaram já mortas e cinco estão estáveis. A unidade não informou a identidade das vítimas e disse que os pacientes deram entrada entre a noite de segunda e a manhã desta terça-feira.
Procurada pelo DIA, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito e está investigando o caso. Segundo a especializada, relatos dos policiais militares que participaram da ação, homens armados atiraram contra os agentes durante patrulhamento de rotina, que revidaram.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.