Henry rasgou a roupa da babá para não entrar no quarto com Jairinho, diz delegado
Delegado titular da 16ª DP (Barra) confirma pelo menos três episódios de tortura ao menino de quatro anos. Polícia Civil concluiu inquérito. Penas podem chegar a 30 anos de reclusão
Rio - A troca de mensagens entre a babá de Henry, Thayná Ferreira, e o noivo, foram fundamentais para que a investigação concluísse que houve pelo menos três episódios de torturas ao menino Henry Borel, de quatro anos, até sua morte no dia 8 de março. Em um deles, a babá contou, em depoimento, que Henry chegou a rasgar sua roupa ao agarrá-la com força para não entrar no quarto junto com o padrasto, Dr. Jairinho. Depois, o vereador deu R$ 100 para Thayná comprar uma nova blusa.
"Ela chegou a comentar com o noivo que o menino chegou a rasgar a blusa dela, desesperado para não ir para o quarto com o padrasto. Depois, este deu uma importância de R$ 100 para ela" contou o delegado titular da 16ª DP (Barra), Henrique Damasceno, durante coletiva de imprensa na Cidade da Polícia, na manhã desta terça-feira (4).
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O delegado também lembrou uma outra passagem contada por Thayná: a babá teria percebido Jairinho tampando a boca de Henry enquanto estavam juntos no quarto, em um episódio de agressão ocorrido em fevereiro. "Parece estar tampando a boca do menino, uma doideira de verdade", escreveu a babá em uma troca de mensagens. Ela teria ouvido o menino dizendo 'eu prometo' para Jairinho, o que, segundo as investigações, corrobora a tese de que o vereador ameaçava Henry caso ele contasse das agressões para a mãe.
"O padrasto se trancou com o menino no quarto. O menino saiu, não se queixou de dores e só veio a se queixar quando mais tarde, inclusive, não quis brincar com outras crianças na brinquedoteca. Nesse primeiro episódio encontramos conversas entre ela (a babá) e o noivo. Ela dizia que parecia, de dentro do quarto, que o padrasto estava tampando a boca do menino, que dizia 'eu prometo'. Foram episódios bastantes sérios", relatou Damasceno.
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Babá é investigada por falso testemunho
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar por falso testemunho a babá de Henry Borel, Thayna de Oliveira Ferreira. Segundo o delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pelo inquérito da morte da criança, a moça mudou o depoimento após a descoberta de mensagens trocadas entre ela e Monique Medeiros, namorada do vereador Dr. Jairinho e mãe de Henry. O casal está preso temporariamente pelo crime e foram indiciados por homicídio duplamente qualificado e tortura. Monique responde também por omissão. As penas podem chegar a até 30 anos de reclusão.
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Em sua primeira declaração, segundo a polícia, Thayná omitiu informações, dizendo que Jairinho e Monique viviam em harmonia e que não tinha presenciado qualquer tipo de anormalidade dentro da casa do casal. No segundo depoimento, ela admitiu que foi coagida a mentir. Três dias antes da morte de Henry, a babá relatou ao pai, por mensagens, de uma briga séria entre Jairinho e Monique.