Policiais civis em operação na favela do Jacarezinho
Policiais civis em operação na favela do JacarezinhoReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por O Dia
Rio - Alguns deputados estaduais do Rio de Janeiro emitiram uma nota pública, na sexta-feira (7), repudiando a operação policial Exceptis, na favela do Jacarezinho, que aconteceu na última quinta-feira (6) e deixou 28 mortos, entre ele um policial civil, sendo a mais letal da história do estado. No texto, os políticos questionam policiais e autoridades por dizerem que a operação foi vitoriosa e pedem um posicionamento do novo governador do Estado do Rio, Cláudio Castro.
"Exigimos, com firmeza, doa em quem doer, apurações imparciais, céleres e minudentes sobre a chacina do Jacarezinho. Exigimos, ainda, que seja instaurada investigação por órgãos independentes, bem como cobramos aqui, publicamente, as responsabilidades das autoridades constituídas, a começar pelo governador, agora efetivo, Claudio Castro", informa a nota.
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Os deputados estaduais ainda ressaltam que "a polícia fluminense insiste, há pelo menos três décadas, em ações que desprezam ou minimizam planejamento, inteligência e tática policial. Esse tem sido o eixo da 'política de segurança' do Rio de Janeiro desde os anos 1990". 
A nota reforça que o crime deve ser combatido, com o máximo de rigor, mas na forma da Lei, que não autoriza a polícia a constranger cidadãos, invadir residências, tratar jovens pobres e negros a priori como suspeitos nem muito menos executar pessoas, ainda que suspeitas.
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Os deputados ainda lamentam a morte de todos na operação, inclusive a do policial, e manifestam solidariedade aos moradores do Jacarezinho e aos familiares das vítimas. "Importa lembrar que, no Brasil, não há previsão legal para a pena de morte. Logo, os "tribunais de exceção do crime" e as execuções sumárias feitas pela polícia incorrem, ambos, em grave afronta aos direitos humanos e à legislação brasileira".
Assinaram a nota pública os deputados estaduais: Carlos Minc (PSB), Dani Monteiro (PSOL), Eliomar Coelho (PSOL), Enfermeira Rejane (PCdoB), Flavio Serafini (PSOL), Monica Francisco (PSOL), Renata Souza (PSOL), Rubens Bomtempo (PSB), Waldeck Carneiro (PT).
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Posicionamento do governador
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, declarou em um pronunciamento, na sexta-feira, que o Governo do Estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias da Operação Exceptis. Castro afirmou que, desde que assumiu o cargo de governador, em agosto do ano passado, sempre teve como prioridade a Segurança Pública. Segundo ele, a operação foi "o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça" após dez meses de trabalho investigativo.
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Durante o pronunciamento, o governador também disse que conversou com o procurador-geral da República, Augusto Aras, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, com o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Matos, e com o Defensor Público, Rodrigo Pacheco, determinando "total transparência ao processo".