Castro determina 'total transparência' sobre operação no Jacarezinho
Governador disse que é o maior interessado em apurar as circunstâncias da ação
Rio - O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, declarou em um pronunciamento nesta sexta-feira (7), que o Governo do Estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias da Operação Exceptis, realizada na quinta-feira (6), na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte. A ação resultou na morte de 28 pessoas, sendo uma delas um policial civil.
Castro afirmou que, desde que assumiu o cargo de governador, em agosto do ano passado, sempre teve como prioridade a Segurança Pública. Segundo ele, a operação de ontem foi "o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça" após dez meses de trabalho investigativo.
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"Crianças eram aliciadas e cooptadas para o crime. Famílias inteiras eram expulsas de suas casas e mortas. A reação dos bandidos foi a mais brutal registrada nos últimos tempos. Armas de guerra prontas para repelir a ação do Estado e evitar as prisões a qualquer custo. Em nenhum lugar do mundo a polícia é recebida com fuzis e granadas quando vai cumprir seu papel", disse ele.
Durante o pronunciamento, o governador também disse que conversou com o procurador-geral da República, Augusto Aras, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, com o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Matos, e com o Defensor Público, Rodrigo Pacheco, determinando "total transparência ao processo".
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Em uma coletiva de imprensa realizada na quinta, a polícia anunciou que 25 pessoas haviam morrido em decorrência da ação. Mas, na noite desta sexta-feira, o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, confirmou que foram contabilizadas 28. Na cerimônia de despedida ao policial André Frias, o secretário afirmou que os 27 mortos eram traficantes.
Na tarde desta sexta, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) colheu a identificação de parte deles com os parentes no Instituto Médico Legal (IML). Também hoje, cerca de mil pessoas participaram de um protesto pelas mortes.
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Na operação de quinta-feira, participaram 200 agentes da Polícia Civil, que tiveram apoio da Polícia Militar, impedindo a fuga de criminosos pela linha férrea. Dos 21 mandados de prisão expedidos, apenas três foram cumpridos. Os policiais apreenderam 16 pistolas, 6 fuzis, uma submetralhadora, uma munição antiaérea e 12 granadas.