Polícia confirma mais três mortes no Jacarezinho, totalizando 28
De acordo com o secretário da instituição, 'todos os mortos eram traficantes'
Rio - O secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, confirmou, na noite desta sexta-feira, que na operação do Jacarezinho que aconteceu na quinta-feira (6), foram contabilizadas 28 mortes, e não 25, como havia sido anunciado anteriormente. Entre os mortos, está o policial civil André Frias, de 48 anos.
Durante o enterro do agente da instituição, Turnowski disse que "para quem conhece um pouco de operação, o traficante atira para fugir, mas ontem eles atiraram para guardar posição, para matar. Eles tinham ordem para confrontar, eles não correram", disse o secretário. Agentes da Polícia Rodoviária Federal também compareceram na despedida ao agente da DCOD.
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Além disso, o secretário afirmou que todos os mortos na operação eram traficantes. Segundo ele, a informação foi obtida através do setor de inteligência da corporação, que identificou que pelo menos 19 possuíam antecedentes criminais.
Protesto de familiares
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Aproximadamente mil pessoas participam de protesto, no início da noite desta sexta-feira, contra a morte de 28 pessoas durante operação policial no Jacarezinho, na quinta-feira. Os manifestantes ocupam a pista lateral da Avenida Dom Helder Câmara, na altura da comunidade. À frente do cortejo, empunham cartaz com os dizeres: "Contra o genocídio, rebelar-se é justo". O protesto acontece de forma pacífica.
"Não somos coniventes com a criminalidade. Mas é a vida. Não existe pena de morte no Brasil e não podemos nos conformar diante de todas esses assassinatos. Pedimos solidariedade e cidadania para todas as favelas do Rio. Elas são as protagonistas. E, hoje, o Jacarezinho", disse Rumba Gabriel, do Portal Favelas.
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Os manifestantes se reuniram na quadra da Escola de Samba Acadêmicos do Jacarezinho e caminharam até a entrada da Cidade da Polícia, onde um cordão formado por policiais civis fazia o isolamento do local.
Em frente aos agentes, os manifestantes gritaram palavras de ordem, como "Polícia assassina, chega de chacina" e "Abaixo o caveirão, polícia de invasão". E cantaram o refrão do Rap da Felicidade: "Eu só quero é ser feliz. Andar tranquilamente na favela onde eu nasci".
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