Rio - As 28 mortes - números oficiais da Polícia Civil, divulgados neste sábado - na operação da última quinta-feira, no Jacarezinho, ocorreram em pelo menos 10 diferentes regiões da comunidade. Os dados foram extraídos dos 12 registros de ocorrências feitos pelos agentes. Em apenas um local, foram contabilizados sete óbitos de suspeitos. Seis corpos serão enterrados neste domingo no Cemitério de São Francisco Xavier (Cemitério do Caju), na Zona Portuária do Rio.
Como resultado da ação, apontada por especialistas como a mais sangrenta do Rio nos últimos anos, a polícia apreendeu quase 30 fuzis e cerca de 18 pistolas, além de munições; uma submetralhadora; drogas, carregadores de pistolas e fuzis; uma plantação de maconha, granadas e uma munição de canhão.
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Segundo a polícia, todos os mortos tinham ligações direta com o tráfico de drogas. Entre eles, três alvos da operação e um homem apontado como chefe do trafico na comunidade do Mandela, o traficante Luiz Augusto Oliveira de Farias, conhecido como o Índio do Mandela.
Em uma ocorrência, na região conhecida como "Beco da Síria", os agentes contaram que encontraram Matheus Gomes dos Santos, 21 anos, já baleado, sentado em uma cadeira de plástico. Ele foi levado para o hospital, mas não resistiu.
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A Polícia Civil não entrou em detalhes sobre o local onde ocorreu o confronto em que o agente André Frias foi atingido na cabeça. O policial estava em um dos veículos blindados que entraram na comunidade logo no início da operação. A equipe precisou descer do veículo, por conta de barricadas do tráfico, e acabou atacada. Outros dois agentes também ficaram feridos, mas sem gravidade.
SAIBA ONDE OCORRERAM AS MORTES NO JACAREZINHO
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Rua Areal (perto do Pontilhão): 7 mortos
Travessa Santa Laura: 6 mortos
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Travessa João Alberto: 2 mortos
Travessa próxima à Rua do Areal: 2 mortos
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Rua São Manuel: 2 mortos
Rua Darci Vargas: 1 morto
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Beco da Síria: 2 mortos (Local que Matheus foi encontrado na cadeira)
Valão: 2 mortos
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Beco da Areal: 1 morto
Beco da Zélia: 1 morto
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Campo do Abóbora: 1 morto
DEPOIMENTOS E CORPOS SENDO CARREGADOS
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Quatro suspeitos, presos na operação do Jacarezinho, declararam, em audiência de custódia no fim da tarde deste sábado, que foram obrigados carregar os corpos para o veículo blindado e outras viaturas da polícia. Segundo a Justiça, todos permaneceram preso.
Os suspeitos disseram também que foram submetidos a agressões. A Polícia Civil disse que o fato será apurando internamente.
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MP, DEFENSORIA E ONU ACOMPANHAM INVESTIGAÇÕES
O Ministério Público do Rio acompanha as investigações desde o início. Uma equipe especializada esteve presente na perícia dos corpos.
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A Defensoria disse que apura todas as denúncias de violação por parte dos policiais. O órgão analisa todas as informações e deve anunciar, em breve, as medidas a serem tomadas.
Já a ONU anunciou na ultima sexta-feira que quer um investigação independente das mortes no Jacarezinho.
