Operação no Jacarezinho: 26 dos 27 mortos foram levados sem vida aos hospitais
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram 20 corpos no Hospital Municipal Souza Aguiar, cinco no CER Ilha do Governador e um no Hospital Municipal Salgado Filho
Por O Dia
Rio - Na operação policial na Favela do Jacarezinho, na última quinta-feira (6), pelo menos 26 das 27 pessoas mortas já foram encaminhadas sem vida aos hospitais da cidade do Rio. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), 20 corpos chegaram sem vida no Hospital Municipal Souza Aguiar e, em seguida, foram levados para o IML, onde foi feita a identificação de cada um. A direção da unidade de saúde ainda informou que um outro paciente recebeu alta no mesmo dia.
Já no Hospital Municipal Salgado Filho, deram entrada quatro pacientes. De acordo com informações da SMS, um chegou já morto, o policial André Frias morreu durante o atendimento, e os outros dois deixaram a unidade.
A Coordenação da Coordenação de Emergência Regional (CER) da Ilha do Governador também informou que cinco corpos chegaram à unidade e foram levados para o IML.
O procurador de Direitos Humanos da OAB Rio, Rodrigo Mondego, declarou, em entrevista ao RJTV, que o fato dessas pessoas já chegarem mortas aos hospitais significa que as cenas de crime foram desfeitas, o que impediria a perícia nos locais com os corpos.
"É um indicativo de que possa ter acontecido desfazimento de cena de crime e fraude processual ao tirarem os corpos do local, não permitir a perícia para a gente não chegar ao que aconteceu de fato, na quinta-feira, no Jacarezinho. Existiu troca de tiros, mas há indicativos também que, além dessa troca de tiros, houve execuções sumárias também lá no local", disse Mondego.
Segundo a Polícia Civil, "o fato de criminosos chegarem mortos à unidade hospitalar não quer dizer que não foram resgatados com vida. As mortes podem ter acontecido no caminho ou na entrada ao hospital. Segue anexado vídeo de um dos socorros prestados pelos policiais civis".
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Em relação a perícia no local, a corporação confirmou a possibilidade de realização sem os corpos. "As circunstâncias de eventuais socorros para encaminhamento à unidade hospitalar e da retirada de corpos do cenário serão esclarecidas durante a investigação policial que está em andamento e sendo acompanhada pelo Ministério Público', disse.