O ex-presidente EPE, Maurício Tolmasquim, da  acredita que tem uma série de novos custos e imposições que colocadas sobre o consumidor de energia e que terá impacto grande sobre a tarifa
O ex-presidente EPE, Maurício Tolmasquim, da acredita que tem uma série de novos custos e imposições que colocadas sobre o consumidor de energia e que terá impacto grande sobre a tarifaAgência Brasil
Por Aline Cavalcante
A Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) debateu o processo de privatização da Eletrobras e seus impactos na economia do estado do Rio de Janeiro em audiência pública virtual, nesta segunda-feira (17). Membros do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (Sintergia) realizaram um ato contra a privatização, por volta de 8h, em frente à Alerj.
Entregando bananas, os manifestantes pediram o fim do processo de privatização.  "Querem entregar tudo de mão beijada. Querem comprar um patrimônio que é publico. Estamos entregando bananas, porque é o que querem fazer com a Eletrobras. Nós tínhamos cerca de seis mil trabalhadores na Eletrobras, no Rio. Hoje temos quatro mil, já por conta do processo de privatização. Querem enxugar o número de funcionários, o Rio é o estado que tem mais a perder", criticou Emanuel Mendes, diretor do Sintergia.
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Renato Queiroz, engenheiro e pesquisador de economia da energia da UFRJ alertou para o fim do investimento em tecnologia. "O setor privado não vai querer investir em pesquisas tecnológicas porque se trata de algo que não se sabe se vai acontecer. O que vai acontecer é que serão comprados modelos prontos de tecnologia. A privatização é a destruição da inovação do pensamento, dos jovens que estão na faculdade e sonham em estudar e pesquisar. Nenhum setor de pesquisa vive sem o aporte financeiro do governo".
Na pauta de discussões da audiência foram abordados pontos como: aumento nas contas de energia elétrica, as perda de postos de trabalho e a diminuição de arrecadação de imposto, com o consequente agravamento da situação das contas públicas do Rio. 
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“A privatização do sistema elétrico brasileiro representa inúmeros prejuízos para a população; começa com o aumento do desemprego no setor, passa pela alta das contas de luz e chega até a perda de capital por parte da União. Manter o sistema elétrico público diz respeito à soberania nacional, à capacidade de controlar e gerar energia de qualidade e suficiente para toda a população e, ao tempo aumentar, gerar emprego e renda. São pontos delicados, que afetam não só a própria empresa. O Rio de Janeiro tem desemprego 40% acima da média nacional. Estamos falando da sobrevivência de todos”, afirmou a deputada Mônica Francisco (PSol), que preside a Comissão.
Para Gustavo Teixeira, da Coletivo Nacional dos Eletricitários, não há motivação para essa urgência em votar a privatização da Eletrobras. 
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"A Eletrobras tem o terceiro patrimônio líquido do Brasil, tem R$14 bilhões em caixa e vai distribuir R$ 4 bilhões em dividendos este ano, valor superior ao ano passado. O potencial hidroelétrico da Eletrobras ainda é relevante no setor. Portanto, não há motivos para se discutir a privatização em regime de urgência, principalmente em meio à pandemia".