Movimentos sociais e entidades convocam ato 'Justiça por Kathlen'
Kathlen Romeu morreu após ser baleada durante confronto entre PMs e traficantes no Complexo do Lins. Protesto está marcado para a tarde desta quarta-feira (9)
Ato está marcado para a tarde desta quarta-feira - REPRODUÇÃO TWITTER
Ato está marcado para a tarde desta quarta-feiraREPRODUÇÃO TWITTER
Por O Dia
Rio - Movimentos de favelas, entidades e políticos convocam um ato para a tarde desta quarta-feira (9), no Lins de Vasconcelos, um dia após a morte da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos. A jovem, que estava grávida de 14 semanas, morreu após ser baleada durante confronto entre policiais militares e traficantes, na tarde de terça.
O protesto é convocado pelo movimento 'Favelas na Luta'. Ainda ontem, horas após a morte de Kathlen, moradores do Complexo do Lins fecharam a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá para repudiar a ação. Na manhã desta quarta-feira (9), familiares estiveram no Instituto Médico Legal (IML), no Centro, para reconhecer o corpo. Ainda não há informação sobre velório e enterro da jovem.
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ATO JUSTIÇA POR KATH- CPX DO LINS QUER VIVER
Local: Em frente a Light, rua lins de Vasconcelos, 623.
— Marcelle #TemGenteComFome (@marcelledecothe) June 9, 2021
Emocionada, a mãe de Kathlen, Jacklline de Oliveira, disse ter certeza de que a bala partiu dos policiais que confrontavam traficantes da comunidade. "Se minha filha fosse morta por bandido, não falaria nada com vocês (imprensa). Sei que moro num lugar que eu não poderia falar. Ficaria na minha. Mas foi a polícia quem matou a minha filha. Foi a PM que tirou minha vida, meus sonhos", afirmou a mãe de Kathlen, que citou nominalmente a fala do major Ivan Blaz.
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Em tom de desabafo, o pai de Kathlen, Luciano Gonçalves, ressaltou a diferença de atuação das polícias nas comunidades e nos bairros mais ricos do Rio. "As pessoas que moram na Zona Sul só conhecem as histórias da varanda, não sabem da missa metade do que acontece nas comunidades. Quando falam que tem que entrar na comunidade dando tiro...99% das pessoas da comunidade são de bem. O tiro ao alvo que tem na nossa área, não tem na Zona Sul. Eu falava com minha mãe: meu neto vai nascer com os pais formados. Na comunidade, não tem quase ninguém formado", lembrou Luciano.
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Em entrevista à TV Globo, o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, afirmou que o tiro que matou Kathlen Romeu não partiu das armas usadas pelos policiais, e garantiu que não havia nenhuma operação no momento dos disparos. "Mais uma vez estamos lidando com um ataque gratuito desses criminosos. É a mesma facção que atua na Providência, no Jacarezinho, que tem por comportamento gratuito atacar policiais. É bom explicar que não houve operação", finalizou.
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Em nota, a Polícia Militar informou que os militares foram atacados a tiros por criminosos na localidade conhecida como “Beco da 14”, dando início ao confronto. Com o fim dos disparos, encontraram uma mulher ferida e a socorreram. Os PMs realizaram buscas na região e apreenderam um carregador de fuzil, munições de calibre 9 milímetros e drogas.
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