Roberto Siqueira, 30, é gerente em um bar de Copacabana, onde foi vítima de racismoArquivo pessoal
Gerente de bar em Copacabana registra ocorrência por racismo: 'Não silenciar'
Roberto Siqueira conta que sofreu ataques após perguntar se cliente desejaria dois copos, pois estava acompanhada de uma amiga. 'Preto é burro. Preto tem que se f***', relata o que ouviu da mulher
Rio - O gerente de um bar de Copacabana denuncia ataques racistas sofridos em seu ambiente de trabalho no último domingo (6). Roberto Siqueira, de 30 anos, fez o registro de ocorrência contra a cliente na 13ª DP (Copacabana) no dia seguinte. Ele conta que nunca havia sentido o racismo de forma tão agressiva e direta. "Eu nunca passei por isso. Foi a primeira vez. Fiquei muito triste e decidi que precisava levantar a cabeça e não silenciar. As pessoas não podem continuar achando que racismo é piada, é crime", declara o gerente.
Roberto atendia uma cliente no bar Copabossa e, após perguntar se a mulher desejaria dois copos, pois estava acompanhada de uma amiga, sofreu os ataques. "Você acha que tenho duas bocas? Preto é burro. Preto tem que se f***. Por isso que não gosto de preto", relatou.
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Dois dias antes, no dia 4, Roberto conta que a mulher também foi ao estabelecimento e percebeu risos e uma atitude racista por parte dela, mas não tem certeza se estava sendo vítima de discriminação. "Desta vez também tentei me afastar, afinal, estava no meu ambiente profissional, mas as ofensas não pararam! Ela continuou e uma parte do seu grupo de amigos ria", conta.
Roberto revela que a tristeza foi transformada em revolta. "Ainda estou digerindo tudo o que aconteceu. O registro de ocorrência já foi feito. Racistas não passarão!", completou.
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O caso foi registrado na 13ª DP (Copacabana) no último dia 7.
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