Milicianos Toni Ângelo e Danilo DiasReprodução
Polícia investiga aliança entre milicianos Toni Ângelo e Tandera
Após a morte de Ecko, dupla pode ter se unido para controlar todas as áreas que eram dominadas pelo antigo desafeto
Rio - Após a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar as linhas de sucessão do criminoso. Uma delas é uma aliança entre o ex-policial militar Toni Ângelo de Souza Aguiar, o Toni Ângelo ou Robin, e o miliciano Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera. A informação é do delgado Willian Pena Júnior, diretor da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco). Ecko foi morto no último sábado, ao reagir uma operação da Força-Tarefa montada para combater a milícia do Rio.
Outros três cenários são investigados: "o primeiro é Tandera tentar retomar o território, já que a área foi rachada no ano passado. O segundo cenário é a maior facção criminosa tentar invadir, já que a região era originalmente deles, e a última hipótese é a própria milícia se organizar e tentar fazer uma escolha de um sucessor para Ecko", pontuou Willian Pena.
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Toni Ângelo está preso desde de 2013, quando foi capturado dentro de um hospital na Zona Oeste do Rio, após se ferir em uma briga de bar. Ao lado de Ricardo Teixeira Cruz, o Batman, e Marcos José Lima, o Gão, comandou a Liga da Justiça. Ao longo dos anos, o grupo paramilitar se tornou o temido Bonde do Ecko.
O miliciano estava preso na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e retornou ao Rio no dia 25 de março deste ano. Segundo investigações da Polícia Civil, a aproximação entre Toni e Tandera ocorreu após a execução de Thiago de Souza Aguiar, irmão do ex-policial, no ano passado. A polícia afirma que a ordem para o assassinato partiu de Ecko.
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SEM ESPAÇO
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Investigações da Polícia Civil mostram a linha de sucessão na Liga da Justiça. A última liderança no maior grupo paramilitar do estado foi Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto em 2017. Diferente de seus antecessores, que tinham ligações com a polícia ou política, Carlinhos era traficante da favela Três Pontes, em Paciência.
Com a morte do irmão, Ecko passou de figura simples para o chefe da organização criminosa. Apontado como usuário de drogas, a escolha por ele não agradou parte da milícia. Ao assumir o posto de liderança, trocou o nome do grupo paramilitar de Liga da justiça, para Bonde do Ecko. Em pouco tempo, expandiu seu território na Zona Oeste e buscou alianças na Baixada Fluminense, com Tandera.
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FIM DA UNIÃO
Após a morte do irmão de Toni Ângelo e alguns desentendimentos por conta de aproximação com o tráfico de drogas a amizade de Tendera e Ecko ficou estremecida. Em dezembro, a dupla rompeu a aliança. Após o rompimento, o miliciano Ecko orquestrou invasões em áreas de Danilo Dias.
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De acordo com a polícia, Tandera tem comportamento agressivo e anda ao lado de vários seguranças. Além de comandar a milícia atuante na Baixada Fluminense, tem buscado expandir seus territórios ao lado do também miliciano Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho, que controla a milícia na Zona Norte e na região da Praça Seca, na Zona Oeste.
A polícia investiga se após a morte de Ecko, Tandera ordenou que seus aliados invadissem todas as áreas que eram do desafeto. Homens ligados a ele invadiram a comunidade Manguariba, em Paciência, na Zona Oeste do Rio, fortemente armados com fuzis, na madrugada do último domingo. A região era considerada como um dos redutos do Bonde do Ecko.
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Com a morte Wellington da Silva Braga, Danilo Dias Lima passou a ser considerado como o criminoso mais procurado do Rio. Nesta segunda, o Disque Denúncia aumentou para R$ 5 mil a recompensa por informações que levem à sua prisão. Anteriormente o valor era de R$ 1 mil.
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