Polícia Civil apreendeu farda personalizada na casa de Ecko. 'Capitão Braga' faz referência ao sobrenome do milicianoDIVULGAÇÃO

Por Thuany Dossares
Rio - Equipes que participaram neste sábado (12) da operação de captura e morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, encontraram uma farda idêntica a da Polícia Militar na casa do miliciano. O uniforme com a patente de capitão, é personalizado, com as inscrições 'Capitão Braga' no peito, e o tipo sanguíneo A+. A farda foi apreendida pela perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

O DIA apurou que Ecko gostava de ser chamado de 'Capitão Braga' por seus comparsas, e que gostava de controlar seus soldados com o rigor militar.

Segundo fontes da Polícia Civil, no dia a dia da milícia, o líder criminoso determinava que seus comandados deveriam prestar continência, usar fardas completas e manter os coturnos sempre limpos. Apesar do hábito, Ecko jamais foi policial militar.

Em diversas ações anteriores contra a milícia de Ecko, a polícia já havia apreendido uniformes policiais em prisões de milicianos, algumas, inclusive, semelhantes as do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Polícia Civil apreendeu farda personalizada na casa de Ecko. 'Capitão Braga' faz referência ao sobrenome do miliciano - DIVULGAÇÃO
Polícia Civil apreendeu farda personalizada na casa de Ecko. 'Capitão Braga' faz referência ao sobrenome do milicianoDIVULGAÇÃO
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Polícia Civil identificou policiais que tinham envolvimento com Ecko
A Polícia Civil investiga se policiais participavam de uma rede de proteção e informação para o miliciano Ecko. O paramilitar foi morto em confronto com os agentes, na manhã deste sábado, na localidade Três Pontes, na Zona Oeste do Rio.

O DIA apurou com fontes da corporação que os agentes identificados são policiais militares, que auxiliavam Ecko e sua quadrilha com informações privilegiadas em troca de propina. Durante a coletiva de imprensa para falar da operação, o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), delegado Felipe Curi, informou que o criminoso tinha relação com policiais.

"Posso afirmar que há policiais envolvidos (com o criminoso), inclusive, já temos alguns identificados e já estamos identificando outros. Temos muitas provas contra essas pessoas, que tinham envolvimento direto com a milícia do Ecko e com o Ecko propriamente dito, e que serão presas. Não vamos entrar em detalhes porque o trabalho está em andamento", declarou Curi.
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Ecko tinha uma grande rede de informantes, o que dificultava a sua captura. De acordo com a polícia, ele era informado até sobre passagens de viaturas nas estradas do Rio.

"O Ecko era tido por muitos como quase intocável, porque quando a gente apontava na Avenida Brasil, ele já era avisado que tinha um comboio indo, e essa informação de alguma forma chegava ao chefe da milícia, o principal chefe da milícia do Brasil", disse o subsecretário de planejamento da Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira.
Ecko tentou retirar arma da mão de policial
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Policiais civis que comandaram a operação 'Dia dos Namorados', que resultou na captura e morte de Ecko, afirmaram neste sábado, durante entrevista coletiva na Cidade da Polícia, que o miliciano tentou retirar a arma de uma policial feminina enquanto era socorrido pelos agentes dentro de uma van. 
Os agentes confirmaram que Ecko chegou no local por volta das 5h deste sábado. Eles se dividiram e realizaram um cerco ao redor da casa. Ao ouvir o barulho do helicóptero, Ecko, que portava um fuzil, tentou fugir pelos fundos e se deparou com uma equipe da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD).
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Em seguida, ele tentou retornar para casa e sair pela porta da frente, mas foi surpreendido pelos agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra Propriedade Imaterial (DRCPIM). O miliciano apontou a arma para os policiais e antes que atirasse, foi baleado.
A polícia, então, levou Ecko até uma van, onde ele seria encaminhado até o helicóptero da corporação, que estava aguardando num campo de futebol para levá-lo ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. No trajeto, o miliciano tentou pegar a arma de uma policial da DRCPIM e foi baleado, pela segunda vez, por um tiro de pistola.

"O Ecko foi alvejado por dois disparos. No momento inicial ele fugiu por trás e foi alvejado por um tiro. No trajeto da van ele tentou retirar a arma de uma policial feminina e foi efetuado um outro disparo", explicou Thiago Neves, delegado da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil durante entrevista coletiva neste sábado.
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