Ato nacional mobilizou religiosos e ativistas no Centro do RioLuciano Belford/Agência O Dia

Por O Dia
Rio - O Brasil atingiu a triste marca de 500 mil mortos por covid-19 no último sábado (19). Em memória daqueles que partiram pela doença, religiosos e ativistas se reuniram em um ato na Cinelândia, no Centro do Rio, no início da noite desta segunda-feira. No manifesto, que também aconteceu em outras cidades do país e contou com a presença do teólogo e escritor Leonardo Boff, do pastor Henrique Vieira, da vereadora Patricia Tolmasquim (Cidadania) e da teóloga Lusmarina Garcia, 500 velas foram acesas na escadaria da Câmara Municipal, representando todas as vítimas da doença. Para evitar aglomerações, a manifestação foi realizada de forma híbrida com transmissão online pela página Respira Brasil Rio. 
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Segundo Magali Cunha, da comissão organizadora, o ato aconteceu como uma forma de lamento e pedido por justiça. "Nós nos reunimos assim que soubemos que o Brasil estava atingindo a marca de 500 mil vidas perdidas pela covid-19. Articulamos, então, esse ato com organizações religiosas diversas, como do cristianismo, dos movimentos afro, movimento judaico e também do Islã. Estamos aqui para um lamento, como religiosos que somos, mas, ao mesmo tempo, por um clamor por justiça, para que haja políticas e medidas necessárias para que esse número não se expanda com tanta velocidade".
Nas redes sociais do movimento Respira Brasil Rio, uma nota foi divulgada cobrando atitudes do governo federal para com o desemprego e a fome da população. "Não há orgulho por esta marca, há lamento, tristeza e revolta. A necropolítica exercida pelo governo federal escancara as mortes, o desemprego, a fome assim como todo o descaso e a perversão de quem não cuida dos cidadãos brasileiros. É preciso agir com amor, fé e coragem, esperançando um futuro digno para nossas famílias".
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Brasil bate 500 mil mortes por covid-19
Cerca de 15 meses após início da pandemia do novo coronavírus, o Brasil atingiu, neste sábado (19), a triste marca de 500 mil mortes por covid-19. De acordo com especialistas, os números escancaram a má gestão da crise no país. A média é de mais 1.080 mortos por dia ao longo de mais de 440 dias desde a primeira vítima fatal confirmada no país. No pior momento da pandemia, enquanto diversos países já avançavam com a vacinação, em abril, o Brasil chegou a ultrapassar mais de 4 mil mortes por dia.
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Em todo o mundo, o Brasil segue como o segundo país com mais mortes por coronavírus confirmadas, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 600 mil vítimas perdidas. Durante a pandemia, o Brasil passou por diversos momentos críticos, por exemplo, a falta de oxigênio no estado do Amazonas, além da escassez de medicamentos para o chamado "kit intubação".
Ainda nesse cenário trágico, o governo federal segue desestimulando a adoção de medidas restritivas mais rígidas para conter a propagação do vírus. O país também lida com novas variantes da covid-19, que apresentam maior poder de contágio.