Documento mostra Jairinho em foto com Caiado e Carlos BolsonaroReprodução

Por Aline Cavalcante
A defesa do vereador Jairinho (sem partido) apelou para a vida social e familiar como uma maneira de evidencia que ele era uma pessoa muito querida pela família e amigos. Em anexo das alegações finais para tentar convencer a Comissão de Ética da Câmara a não levar a cassação a plenário, fotos onde o parlamentar aparece ao lado de outras figuras políticas. Em uma das imagens anexadas no documento Jairinho aparece ao lado do presidente da Câmara, vereador Carlo Caiado (DEM), e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro, em plenário.
Nos bastidores, a iniciativa não foi vista como uma tentativa de intimidação. Mas, o presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, o vereador Alexandre Isquierdo, descreveu a estratégia de defesa de Jairinho como uma tentativa de sensibilizar os integrantes da Comissão.
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"Não me senti acuado. Vi como uma tentativa de sensibilizar o conselho. Não vimos como uma ameaça, não nos sentimos coagidos em nenhum momento", afirmou.
No documento ao qual O DIA teve acesso, Jairinho é descrito como "pai carinhoso, presente, amado pelos filhos e por todos os membros da família, quiçá por Henry. Ademais, pessoa caridosa e carismática formou uma legião de amigos e admiradores dentro da Câmara de Vereadores".
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Parlamentar em evento com crianças - Reprodução
Parlamentar em evento com criançasReprodução
As fotos começam a ser anexadas no documento logo em seguida desta descrição. A primeira imagem mostra Jairinho em momento de lazer, em uma confraternização ao lado de criança e de um personagem fantasiado de coelho. 
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Ao longo das onze fotos anexadas Jairinho aparece em família, ao lado de Monique Medeiros e Henry Borel.  Em outra ele aparece falando em plenário, com Cesar Maia (DEM) ao fundo. Em duas fotos o vereador aparece ao lado de Caiado, presidente da Casa.
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"A defesa apresentou um documento trazendo detalhes da vida pessoal e política do vereador, o que não está em questão. O que discutimos é que houve quebra de decoro parlamentar e nisso se baseia a votação unânime pela cassação", disse o vereador Chico Alencar (PSOL) nesta segunda-feira, em coletiva realizada na Câmara dos Vereadores.
Votação na quarta-feira
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Após reunião fechada que durou 50 minutos, no fim da manhã desta segunda-feira (28), os sete vereadores que compõem a Comissão de Ética da Câmara decidiram, por unanimidade, levar ao plenário a votação sobre a cassação do vereador Dr. Jairinho, que está preso, acusado de participação na morte do enteado, Henry Borel, de apenas 4 anos, em março deste ano.
Para a comissão houve quebra de decoro parlamentar quando Jairinho, utilizando-se de sua influência política, buscou contato com um profissional da Rede D'or para tentar fazer com que o corpo de Henry não fosse levado diretamente para o Instituto Médico-Legal (IML) na noite em que o garoto morreu.
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"Não foi uma decisão tomada por pressão popular. Foi uma decisão pautada em detalhes técnicos", afirmou o vereador Dr. Rogério Amorim.
A Câmara decidirá em votação, na quarta-feira (30), se Jairinho terá o cargo cassado ou não. Para que isso aconteça, é preciso que dois terços dos vereadores sejam favoráveis à medida (34 votos). O vereador já teve salário, gabinete e demais direitos políticos do cargo suspensos pela Casa.