Alunos do colégio Solar Meninos de Luz - arquivoDivulgação

Por Jorge Costa*
Rio - Estudantes em situação de vulnerabilidade social da escola Solar Meninos de Luz vão realizar uma nova visita guiada e virtual ao Museu do Amanhã, na sexta-feira (9), através de uma parceria feita com o projeto Experimente Cultura. Desde junho a unidade incentiva os alunos a visitarem os acervos históricos de maneira remota, não só do Brasil, mas também de outros espaços internacionais.

Três visitas foram realizadas desde junho e os estudantes das comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho puderam participar da iniciativa. Eles tiveram uma palestra com a egiptóloga Flavia Haddad, e conheceram remotamente o Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio, o Albany Museum, em Nova York, nos Estados Unidos, e o Museu Guggenheim, na Espanha.
Renato de Jesus Franco, de 40 anos, atua como professor de Ciências e Biologia na escola e considerou, diante do cenário de desigualdade social no país, que a ação traz inúmeras chaves para novas oportunidades entre os alunos. Ele destacou a importância dos estudantes conhecerem de maneira visual e reflexiva as obras expostas durante o programa. 
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"O projeto permitiu aos alunos refletir e admirar cada obra exposta, podendo experimentar todo tipo de emoções sentimentos. Todo esse movimento tem um impacto direto na formação desses jovens, pois permite a ampliação dos horizontes e das perspectivas a respeito de suas vidas. Projetos como este empoderam, integram e incluem jovens de comunidades como as do Pavão-Pavãozinho, permitindo que eles percebam o que têm além dos muros da desigualdade social", disse.
As próximas visitas remotas agendadas são a desta sexta (9) ao Museu do Amanhã, para falar sobre biodiversidade, e no dia 13 de julho a próxima visita será no Pacific Vancouver, no Canadá, discutindo a respeito do mesmo tema. A escola Solar Meninos de Luz leva educação integral a 430 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade nas comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul do Rio.
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Devido a pandemia, a unidade precisou se adaptar para seguir levando ensino aos alunos. De acordo com a escola, os estudantes tiveram dificuldades em função de muitos não terem acesso à internet de qualidade ou não possuírem aparelhos compatíveis com as plataformas criadas, além da dificuldade na adaptação à nova forma de ensino.
A unidade destacou que a participação ativa dos pais para a formação das crianças é fundamental para que elas consigam superar os desafios impostos pelo ensino remoto e pela pandemia. Os alunos entram a partir dos 3 meses e seguem até completar o ensino médio. São 10h diárias de aula, com a oferta de 3 refeições e mais de 30 oficinas, entre danças (hip-hop, sapateado, dança de salão), artes (teatro), esportes (capoeira e judô) e música (flauta, violino, violoncelo, coral, trompete entre outros), incluindo uma orquestra formada por alunos e moradores das comunidades.
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A escola tem um espaço de 4,5 km² que também inclui um teatro, um complexo poliesportivo, uma biblioteca comunitária, uma galeria de artes e um laboratório de ciências.
*Estagiário sob supervisão de Cadu Bruno