Antecipação da segunda dose contra a covid-19 é uma alternativa que está sendo estudada pela prefeitura do RioFoto: reprodução internet

Por O Dia
Rio - O secretário municipal da Saúde, Daniel Soranz, afirmou, na manhã desta sexta-feira (9), que o Rio de Janeiro pode encurtar o intervalo entre as duas doses da vacina contra a covid-19 para acelerar a imunização completa da população da cidade. Porém, a prioridade continua sendo a distribuição da primeira dose e a medida só seria implementada após toda a população receber a primeira aplicação. A declaração foi feita durante a apresentação do 27° Boletim Epidemiológico do Rio.

“Essa discussão de encurtar o intervalo entre as duas doses não cabe enquanto não tivermos toda a população vacinada com a primeira. Depois que isso acontecer, obviamente a gente vai querer vacinar o mais rápido possível todas as pessoas com a segunda dose. Quando finalizarmos toda a aplicação da primeira dose, vai começar a se discutir se é possível, e quanto é possível, reduzir esse intervalo entre primeira e segunda dose. A gente sabe que o melhor período de imunogenicidade (capacidade de gerar anticorpos) é de 12 semanas, da vacina da AstraZeneca e de outras vacinas, mas também sabemos que há certa segurança para reduzir esse intervalo”, afirmou.
Outras cidades avaliam a possibilidade de adotar a mesma estratégia e antecipar a segunda dose, mas a medida ainda não está no planejamento das prefeituras, que tem como foco cumprir o calendário de vacinação.
Publicidade
Procurado pelo DIA, o Ministério da Saúde informou que "acompanha a evolução das diferentes variantes do SARS-CoV-2 no território nacional e está atento a possibilidade de alterações no intervalo recomendado entre doses das vacinas Covid-19 em uso no Brasil. O tema foi, inclusive, discutido amplamente na Câmara Técnica Assessora em Imunizações, em reunião realizada no dia 2 de julho deste ano. O parecer foi a de manutenção deste intervalo".

Atendimento hospitalar no Rio deixa de cair e se estabiliza

Também foi exposto durante a apresentação do Boletim que a vacinação contra a covid-19 permitiu que o número de óbitos e casos confirmados de covid-19 caíssem no Rio, mas o atendimento hospitalar nas redes de urgência e emergência não diminuíram no mesmo ritmo, em função de continuidade do registro de síndromes respiratórias.
O superintendente de Vigilância em Saúde do Rio, Márcio Garcia, destacou que o Rio alcançou a marca de 10 semanas seguidas de redução no número de óbitos por covid-19, e 5 também seguidas de queda no número de casos confirmados da doença.
Publicidade
A média móvel de óbitos dos últimos sete dias por covid-19 é de 57 pessoas. Há 61 dias atrás, no dia 8 de maio, o mesmo índice registrava 121 mortes. Apesar da redução, o nível de contaminação ainda é considerado alto em 29 das 34 regiões administrativas do município do Rio.
A taxa de ocupação operacional dos leitos está em 77%, com 415 pessoas em leitos de UTI com casos graves da covid-19 e 290 em leitos de enfermaria, de acordo com os dados do Painel Rio Covid-19.
Publicidade
Durante a coletiva, Soranz explicou que existem dois fatores que estão impedindo o Rio de manter uma redução considerável nos registros de atendimento hospitalar. O primeiro é um aumento da incidência de contaminação de covid-19 entre jovens, e o segundo seria por influência da gripe e da temporada do inverno. Contudo, ele explicou que embora a queda tenha sido menor que a esperada, ainda houve uma redução considerável.
O calendário de vacinação contra a gripe foi prorrogado até o dia 30 de julho para todos os grupos prioritários, que inclui idosos, pessoas com comorbidade e trabalhadores das classes prioritárias.