Polícia Civil montou uma Força-tarefa para investigar as denúncias de abuso sexual Reprodução TV Globo

Por O Dia
Rio - Representantes da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio afirmam que o Centro de Socioeducação Gelso de Carvalho Amaral, na Ilha do Governador, não é adequado para atender as 19 meninas transferidas unidade socioeducativa feminina Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, no último fim de semana, após denúncias de abuso sexual na unidade do Degase. Segundo foi observado em vistoria, número de agentes mulheres é insuficiente e não há acompanhamento educacional e psicológico.
"Esse local não tem estrutura de acompanhamento, é um centro de triagem. Assim que começou a pandemia, foram criadas algumas salas para servir de quarentena para esses menores. Essa situação só é sustentável por poucos dias", explicou a conselheira do CDCA Margarida Prado. 
Publicidade
O advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, reforçou que o número de agentes do sexo feminino é insuficiente para atender às meninas. 
"A decisão judicial de transferência é temporária. O que nos foi passado é que existe uma quantidade muito pequena de agentes. O que precisam aqui é de, no mínimo, 80 agentes mulheres para atender essas meninas, mas o número atual é de 32, apenas. 
Publicidade
A vereadora Tainá Santos (PT), disse que as meninas não estão tendo acesso à educação. 
"Elas estão sem acesso a estrutura de recursos humanos, professores que possam ajudar no processo de escolarização delas e ao atendimento psicossocial. Várias sofreram abusos e não estão tendo acesso à psiquiatra e psicólogos". 
Publicidade
Já a deputada estadual Monica Francisco(Psol), explica que a verba da educação não é usada de forma adequada nos centros de socieducação. 
"A estrutura tem salas de aula boa, mas não tem professor. O dinheiro vem, mas não é usado para que essas crianças tenham educação".
Publicidade
Procurada, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que responde pela administração do Degase, negou que haja desassistência às internas na nova unidade. Veja a noa na íntegra: 
"O Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) informa que as jovens transferidas para o Centro de Socioeducação Ilha do Governador (Cense Ilha) estão recebendo todo o apoio necessário por meio das equipes técnicas do Degase, compostas por profissionais de serviço social, pedagogia e psicologia. Também estão sendo acompanhadas pela Secretaria de Vitimados e pela Coordenação Nacional do Sistema Socioeducativo.

Nesta terça-feira (6/7), as jovens participaram uma atividade do projeto 'Escrevivendo a Liberdade', que estimula a literatura em toda a sociedade, e em especial das pessoas nos espaços de privação de liberdade.

Nesta quarta-feira (7/7), as jovens ganharam um dia dedicado à autoestima, com corte de cabelo, tranças, esmaltação e design de sobrancelhas oferecidos por parceiros e profissionais prestadores de serviço do Departamento.

As jovens foram transferidas para a unidade (Cense Ilha) por meio de uma decisão judicial com prazo temporário de 20 dias."