Polícia Civil montou uma Força-tarefa para investigar as denúncias de abuso sexual Reprodução TV Globo

Por Anderson Justino
Rio - Um dos agentes afastados do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) manteve relações sexuais com uma adolescente interna da unidade socioeducativa feminina Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (CENSE PACGC), na Ilha do Governador, por troca de uma foto do filho dela. É o que revela a denúncia do Ministério Público do Rio e da Defensoria do Estado, enviada à Justiça do Rio. 
A juíza Lúcia Mothe Glioche, titular da Vara de Execuções de Medidas Socioeducativas do Rio, acatou o pedido dos órgãos e determinou o afastamento imediato de cinco agentes e do diretor da unidade. Todos são suspeitos de abusos sexuais contra as internas. Duas menores engravidaram dentro da unidade. Um delas sofreu aborto espontâneo, segundo relata a denúncia. 
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No depoimento, a jovem relata que teve relações com um dos agentes na sala de leitura, em um 'ponto cego', onde as câmeras de segurança não pudessem registrar o ato. A jovem afirma que recebeu a foto do filho como presente para se relacionar com o agente. 
Em outro depoimento, uma adolescente relata que teve relações sexuais com um agente em 'pelo menos duas oportunidades'. 
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Na denúncia, o MP e a Defensoria alertam que os abusos eram sem o uso de preservativo. Um um trecho do documento, a denúncia mostra que uma menina de 13 anos foi obrigada a fazer sexo oral em um agente, em troca de uma ligação para a mãe. Ela afirma que "queria usar o telefone por ter muitas saudades da mãe".
Os agentes ofertavam celulares, balas e lanches para manter relações com a meninas, diz a denúncia. 
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Além do afastamento dos agentes e do diretor do Degase, a juíza pediu a transferência imediata das menores, que deve acontecer neste sábado (3). 
A juíza marcou para o próximo dia 15 de julho uma audiência para ouvir os denunciados. 
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O Degase e o Governo do Rio ainda não comentaram sobre o caso.