Volta às aulas presencias na rede municipal segue protocolos sanitários, como a escola Gonçalves Dias, em São CristovãoMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - Andrea de Sá comemorou ao saber que a segunda-feira (2) marcaria o retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino do Rio. O filho, Gabriel de Sá, de 16 anos, precisou se virar para estudar de maneira remota durante mais de um ano e meio de pandemia. "Às vezes a Internet pegava, às vezes não. Foi difícil", admite Andrea. Ao todo, 1.542 escolas municipais voltaram às atividades presenciais nesta segunda - apenas uma com 340 alunos segue fechada, por conta de uma reforma no telhado. A Secretaria Municipal de Educação preparou protocolos sanitários para o retorno dos cerca de 644 mil alunos da rede.
Aluno do sétimo ano da Escola Municipal Gonçalves Dias, em São Cristóvão, Gabriel não teve a melhor das adaptações ao ensino remoto. "Foi difícil porque ele é especial. Tive que acompanhar de perto. Prefiro bem mais o presencial, dá mais segurança", diz a mãe Andreia. A conexão foi o principal obstáculo. A secretaria disponibilizou o aplicativo Rioeduca a transmissão do conteúdo, mas também ofereceu o material didático impresso aos que encontravam dificuldade de acessar.
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"A internet foi mesmo o principal problema. As aulas eram organizadas, mas a conexão às vezes falhava. Eu até preferi pegar a apostila impressa pessoalmente na escola, foi melhor para o ensino", afirma a mãe de Gabriel, que espera que a decisão não seja revertida - a prefeitura admite reavaliar se os índices de transmissão aumentarem na cidade. "As aulas chegaram a voltar durante um período no ano passado, mas ficamos com medo porque a transmissão da Covid-19 ainda estava muito alta. Agora, sinto segurança".
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Carteiras distantes, janelas abertas: como a rede municipal se preparou para a volta às aulas
A Secretaria Municipal de Educação preparou regras para a volta às aulas. Estudantes e profissionais que são do grupo de risco - incluindo educadores com mais de 60 anos - não devem participar das atividades presenciais enquanto não tiverem completado o ciclo da vacinação. Dentro das salas, o uso de máscara será obrigatório durante todo o período, exceto para crianças de até três anos, ou jovens com problemas respiratórios graves. Houve distribuição de máscaras PFF2 aos profissionais. Professores em função de alfabetização e de Língua Estrangeira podem usar proteções que permitem a leitura labial.
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As carteiras deverão respeitar o distanciamento de 1 metro, com marcação no piso. A higienização dos equipamentos também será ampliada. A recomendação é que os ambientes estejam sempre arejados, com janelas e portas abertas. Os horários de entrada, saída e intervalos serão escalonados para evitar aglomerações.
Escolas terão merenda, e cartão não será mais carregado
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Com a volta presencial, a prefeitura irá fornecer a merenda escolas para os alunos da rede - mesmo o que continuarem no ensino remoto poderão ir à escola para receber a alimentação. Com a volta do serviço, o cartão-alimentação, entregue às famílias durante a pandemia, não será mais carregado.
"O cartão era uma medida emergencial, criada de maneira temporária enquanto as escolas estivessem fechadas", explicou o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.
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Rede estadual: ensino híbrido em outras 69 cidades
Na rede estadual, 69 municípios, incluindo a capital, foram autorizados a adotar a partir desta segunda-feira (2) o ensino híbrido, com aulas presenciais e remotas. A opção de retorno aos colégios é dos responsáveis e dos alunos. A Secretaria Estadual de Educação adotou o critério de utilizar as bandeiras do mapa de risco da contaminação da Covid-19 para autorizar a volta às aulas presenciais. Em municípios de bandeira laranja, o número de alunos de Ensino Médio nas escolas deve ser de até 40% da capacidade total da instituição; em bandeira amarela, até 60%; em bandeira verde, 100%.