Marinha e IAB/RJ anunciam projeto vencedor do concurso para o Museu Marítimo do BrasilDivulgação

Rio - O Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro (DCAMN), em parceria com a Marinha do Brasil, e o Departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ) anunciaram, nesta segunda-feira (9), o projeto vencedor do Concurso de Arquitetura para o Museu Marítimo do Brasil. A equipe coordenada pelo arquiteto e urbanista Rodrigo Quintella Messina, de São Paulo, conquistou o primeiro lugar no certame, que teve 110 estudos preliminares entregues. Ao todo, 191 equipes, distribuídas por 17 estados do país, candidataram-se para enviar projetos – um recorde na história das chamadas públicas do IAB/RJ.
Marinha e IAB/RJ anunciam projeto vencedor do concurso para o Museu Marítimo do Brasil - Divulgação
Marinha e IAB/RJ anunciam projeto vencedor do concurso para o Museu Marítimo do BrasilDivulgação
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Além do vencedor, foram anunciados os premiados com as segunda e terceira posições, sob a liderança de Nonato Veloso (Brasília - DF) e Álvaro Puntoni (São Paulo - SP), respectivamente. O arquiteto e urbanista Rodrigo Quintella Messias explica o conceito do projeto ganhador: "O título da proposta é "Convocar o comum das águas". O projeto procurou retomar a proximidade com a água e o que ela pode representar como espaço comum entre as diferenças. A água é inconstante, varia todos os dias, aproxima e afasta as pessoas, os continentes, os animais. Queremos reivindicar essa relação. A gente tira partido do imaginário portuário: os visitantes terão que atravessar a água para entrar no Museu Marítimo do Brasil, como quem entra em uma embarcação para encontrar diferentes culturas".
O Museu Marítimo do Brasil será construído no Espaço Cultural da Marinha, localizado no Centro do Rio de Janeiro, próximo à Praça XV. O objetivo deste novo equipamento, que tem uma proposta conceitual inédita e de caráter nacional, é estimular o conhecimento sobre a história marítima que está intrinsecamente ligada à formação do país, destacando o mar e os rios como instâncias culturais, simbólicas e míticas. O museu fará parte de um complexo de centros culturais existentes na área central do Rio, como o Museu Histórico Nacional, o Centro Cultural do Banco do Brasil, a Casa França-Brasil, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã.
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Na avaliação dos trabalhos, a comissão julgadora – composta por três profissionais indicados pelo IAB/RJ e dois arquitetos designados pela Marinha – levou em consideração aspectos como: inovação e originalidade; funcionalidade do conjunto projetado; tratamento paisagístico; relações com o ambiente local e com o entorno imediato; e parâmetros de sustentabilidade e acessibilidade.
O arquiteto Luiz Fernando Janot, coordenador do Concurso de Arquitetura para o Museu Marítimo do Brasil, reforça que os trabalhos premiados são propostas interessantes e instigantes: "O projeto que o vencedor do concurso propõe não só apresenta uma solução construtiva estrutural simples e, ao mesmo tempo, magnífica, como também favorece os ambientes que estão encaixados dentro desse volume que ocupa praticamente toda a extensão do píer. Outro ponto notável é o destaque que o trabalho deu ao pier histórico, com seus arcos em pedra que se sobressaem com clareza, valorizando-o e apresentando-o aos visitantes como parte da nossa cultura".
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Foram destinados R$ 100 mil para serem distribuídos entre os três primeiros lugares: o vencedor vai receber R$ 50 mil, como um adiantamento de parte dos honorários profissionais, enquanto o segundo lugar recebe R$ 30 mil e o terceiro, R$ 20 mil. O júri também selecionou três equipes para menções honrosas, lideradas por Elisa Martins (Porto Alegre - RS), Vasco de Mello (São Paulo - SP) e Nayara de Matos Benicio (Vitória da Conquista - BA).
Por meio do concurso, a intenção do DCAMN e do IAB/RJ era obter uma proposta arquitetônica inovadora para o Museu Marítimo do Brasil, capaz de afirmar a excelência da arquitetura contemporânea brasileira e agregar valor tanto à instituição quanto ao entorno urbano onde ela estará inserida.
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"Esse é um momento muito importante para a Marinha. O mar é um ser que nos rodeia, mas que conhecemos tão pouco. Pretendemos trazer essa bela história que acompanha o nosso país e ajuda a manter a integridade da nação. Ainda não temos tal representação em um museu desse porte, que vai compor uma teia de centros culturais na região. O projeto vencedor precisava não só atender às necessidades apontadas, mas integrar de maneira harmônica o local onde será construído – relatou o Vice-Almirante José Carlos Mathias, que está à frente da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM)".
O co-presidente do IAB/RJ, Igor de Vetyemy, reforçou o caráter democrático de uma chamada pública desse porte: "Acho muito positivo o resultado final de um concurso em que 191 equipes do Brasil inteiro se inscreveram para pensar um objeto tão importante e simbólico no centro da cidade do Rio. É muito bom ver o instrumento mais democrático que existe para construir nossas cidades, que é o concurso público de projetos, cumprir tão bem essa função."
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Cerca de 110 equipes entregaram projetos; isso significa 110 equipes questionando a maneira como a arquitetura é feita até hoje, pensando em como evoluir, como se aproveitar acúmulos e propor questões tão necessárias como, nesse caso, a reconexão da cidade com o mar.
O Projeto Museu Marítimo do Brasil – Fase 1 – é realizado pelo DCAMN, Marinha do Brasil e pelo IAB/RJ, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo. O projeto conta com o patrocínio da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), da Wilson Sons, da Qualicorp, da Companhia de Navegação Norsul, da Granado Pharmacias, além do apoio do Conselho Nacional de Praticagem do Brasil (Conapra).
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