Secretário estadual de saúde do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe - arquivo Estefan Radovicz / Agência O Dia
"Nós estamos vivendo um aumento do número de atendimentos e um discreto aumento do número de pedidos de internação. Ainda é prematuro caracterizar como uma nova onda, mas essa possibilidade é real principalmente em função da circulação dessa variante Delta, que tem uma capacidade de transmissibilidade maior do que variantes anteriores ou o próprio vírus original. Agora é observar os dados de perto para acompanhar e ver se essa tendência continua ou não", afirmou.
Perguntado sobre o perfil dos pacientes internados, Chieppe afirmou que a maior parte das internações ocorrem em pessoas não completamente imunizadas, mas que o Estado também tem acompanhado um aumento no número de idosos já completamente vacinadas.
"A maior parte dos internados ainda são pessoas não totalmente imunizadas, mas estamos vendo um aumento da internação de pessoas completamente vacinadas… Isso já acendeu o sinal de alerta em função de uma possibilidade de uma perda da proteção ao longo do tempo".
O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na quarta (18), sem informar prazos, que o governo federal avalia a aplicação de uma terceira dose sobre idosos. Sobre o assunto, Chieppe afirmou que seria uma decisão acertada. "Eu considero que se essa decisão for tomada, ela será muito acertada. Mas ela cabe ao Ministério da Saúde, uma vez que as vacinas são disponibilizadas por eles. A gente aguarda essa definição. Sendo ela tomada, nós imediatamente vamos operacionalizar a medida", disse.
Futuro incerto
A prefeitura do Rio anunciou na semana passada que o plano de reabertura da cidade ficaria em “stand by” (em espera), por conta do aumento no número de casos, contudo, não há uma confirmação exata se haverá a suspensão de grandes eventos como o carnaval fora de época planejado por Paquetá, ou realização do ano novo e carnaval.
O município informou ao DIA que o relaxamento das medidas restritivas está “fora de pauta” neste momento. Perguntado a respeito do tema, Chieppe reconheceu a dificuldade de realizar planos de longo prazo para o relaxamento das medidas restritivas.
"Desde o ano passado vivemos cenários incertos... Temos agora por exemplo a circulação de uma variante que tem se mostrado muito agressiva, com uma capacidade de disseminação muito maior. Qualquer previsão de longo prazo a chance de erro é muito grande, acho que não é o momento da gente discutir o que será feito em novembro, dezembro, mas sim discutirmos sobre um momento de alerta, de mantermos as medidas de proteção ao mesmo tempo garantindo para as pessoas uma gradativa volta à normalidade apesar das restrições. E dia a dia, com base no cenário epidemiológico, tomando as decisões. Então acho que não cabe nesse momento a gente dizer o que vai acontecer no ano que vem", explicou.
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