UerjReprodução / Internet

Rio - Uma das exigências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) para a realização de um concurso da área da saúde marcado para o dia 25 de outubro está gerando grande polêmica nas redes sociais. De acordo com o edital do exame, os candidatos terão que substituir as máscaras que estiverem usando por uma de TNT (tecido não tecido) – também chamadas de máscaras cirúrgicas. 
"Na entrada do prédio, o candidato fará assepsia das mãos com álcool 70%, e substituirá sua máscara por uma de TNT, a ser fornecida por um fiscal do Cepuerj. Assim que for recebida, deverá ser colocada no rosto, ainda na presença do fiscal, e nele manter durante todo o período de permanência nas dependências da Uerj. Não será permitido o acesso ao prédio de candidatos portando equipamentos de proteção individual próprias", diz o edital do concurso.
O processo seletivo é multidisciplinar, voltado para profissionais das áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, odontologia, psicologia, saúde do idoso, saúde mental e serviço social.
Nas redes sociais, não faltaram críticas e indignações. "Quase dois anos de pandemia, uma prova de residência com esses 'protocolos' é absurdo", disse um internauta. "Qual é a preocupação deles? Que a pessoa escreva cola dentro da máscara e respire o conteúdo? Quem quer colar bota papelzinho na cueca e olha quando vai ao banheiro, não faz o menor sentido essa ideia TOSCA da organização da prova", comentou outro usuário.
"E as medidas de segurança para a prova de residência da Uerj que impede que o candidato use máscara própria, dizendo que vão distribuir máscaras de TNT? Existe alguma explicação cabível pra isso, Uerj?", questionou outra. "Mascara de TNT é fod*. Se fosse PFF2 faria sentido", escreveu mais um. 
Máscara de TNT protege?
Depois das PFF2, as máscaras de TNT são as mais eficientes na filtragem de partículas. Elas são feitas de tecido não tecido (TNT) e podem ser de vários tipos e ter várias camadas. 
De acordo com uma pesquisa do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), as máscaras de TNT tem uma proteção entre 78% e 87% contra a covid-19, dependendo da quantidade de camadas. O principal autor do estudo, o físico Fernando Morais disse à BBC News Brasil que é preciso ter cautela ao usar o item.
"Fica o alerta de que alguns tecidos de TNT não são muito uniformes: têm partes mais escuras e mais clarinhas, o que significa que há menos material ali (e pode haver brechas para partículas de vírus passarem). Você pode observar isso se olhar as máscaras contra a luz", explica o físico à BBC.