Rio - Na noite de segunda-feira (30), o policial militar Edilson da Silva Lordello, de 41 anos, morreu após ser baleado na cabeça durante um assalto em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Quarenta de oito horas depois, a corporação registrava a morte de mais um policial. Daniel Alexandrino de Oliveira, de 32 anos, estava de férias e foi atingido por disparos na Rua São Paulo, no bairro de Vila Norma, em Mesquita, na Baixada Fluminense. As duas mortes são retratos da triste marca atingida pelo estado em 2021.
Segundo Instituto Fogo Cruzado, 100 policiais militares baleados neste ano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. "É um reflexo da violência armada contra agentes de segurança", explica a diretora executiva do Instituto, Cecília Oliveira.
"Não consta em nenhum lugar o plano de segurança do Rio de Janeiro, essa é uma informação que ninguém tem acesso. Isso dificulta que se cobrem medidas que poupam a vida dos agentes de segurança pública porque não temos sequer um plano de segurança para nos basear", diz Cecília.
Os números atuais são assustadores e já ultrapassam os do ano passado, quando o centésimo policial militar foi baleado em novembro. Dos 100 PMs atingidos em 2021, 39 não resistiram e morreram. No ano passado, de janeiro até novembro foram 35 mortes registradas.
Caso seja somada toda a categoria de segurança, o número de baleados sobe para 128. Policiais militares representam a maior parte, atingindo 78%.
Dados em 2021
Dos 39 policiais militares mortos este ano, 12 foram atingidos em ações policiais, 10 foram vítimas de assalto, 11 homicídio, três por se envolverem em briga e outros três foram executados.
Dos 100 policiais militares baleados no Grande Rio em 2021, 47 estavam em serviço e 53 estavam fora de serviço/eram aposentados/exonerados.
Entre os municípios, o Rio de Janeiro liderou com 44 vítimas, sendo 44% dos policiais militares baleados no Grande Rio. São Gonçalo veio em segundo lugar, com 18 baleados. Em seguida no ranking, vieram Nova Iguaçu (10), Niterói (6), Duque de Caxias (4) e Nilópolis (4).
Entre os bairros da Região Metropolitana do Estado, Realengo foi o mais afetado com 4 baleados. Em seguida, vieram Cantagalo, em Guapimirim (3), Centro de Nilópolis (3), Brás de Pina (3) e Pavuna (3).
Para a Polícia Militar, o aumento da violência está relacionado à retomada das rotinas nas ruas depois de um ano de restrições.
"Com o aumento de pessoas nas ruas em 2021, diversos números de ocorrências tiveram uma evolução, assim como a exposição dos policiais diante da maior incidência de atuação também aumentou", diz a nota da corporação.
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