Carlos Eduardo Gomes Sampaio, de 17 anos, seguia para o trabalho no momento do acidenteRedes Sociais

Rio - O ciclista Carlos Eduardo Gomes Sampaio, de 17 anos, estava a caminho do trabalho quando morreu em um acidente de trânsito na manhã desta quinta-feira (2) no Méier, na Zona Norte do Rio. Cadu, como era chamado pelos amigos, trabalhava há pouco mais de um mês em uma loja de pão de queijo na região do grande Méier.
Filho único, Cadu costumava acordar cedo e ser o primeiro a chegar no trabalho. Quem descobriu a morte do rapaz foi o colega de trabalho e amigo de infância Nathã da Silva, também de 17 anos.
"Ele provavelmente estava atrasado. A gente pega no serviço 5h30, geralmente ele era o primeiro a chegar. Hoje eu cheguei e estranhei. Por volta de 6h20 eu liguei para o nosso chefe e fui informado que houve um acidente com um ciclista. Quando cheguei aqui, vi o Cadu no chão. O que mais me deixa triste é não saber como confortar a mãe dele", disse o amigo.
O acidente aconteceu por volta das 5h na Rua Dias da Cruz. Cadu foi atropelado por um ônibus de transporte de passageiros da linha 249 - Água Santa x Carioca - e o motorista prestou depoimento. Por conta do acidente, o trânsito ficou complicado na região. O local passou por perícia por volta das 11h. A Polícia Civil vai investigar o caso como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. 
Por meio de nota, o Consórcio Internorte lamentou a morte do ciclista e informou "que aguarda a realização de perícia e a oitiva de testemunhas para poder se posicionar em relação ao acidente ocorrido, lembrando que o condutor do veículo, após o ocorrido, seguiu todas as determinações legais prestando socorro à vítima".
Sem estatísticas, não há política pública 
A morte precoce de Carlos Eduardo expõe, mais uma vez, os riscos enfrentados por ciclistas na capital fluminense. Quedas por má conservação das ruas, atropelamentos e imprudência de motoristas são os problemas do dia a dia enfrentados pelos adeptos do esporte. 
Por conta das medidas adotadas pelos órgãos de segurança, não há uma estatísticas do número de acidentes envolvendo ciclistas. 
"A falta de estatísticas de acidentes de trânsito, principalmente com ciclistas, impossibilita a criação de políticas públicas e impede a identificação dos locais com números maiores de incidentes. Esses dados facilitariam a correção do problema. É preciso ter educação, conscientização e punição", diz o triatleta e fundador da Comissão de Segurança no Ciclismo da Cidade do Rio de Janeiro (CSCRJ), Raphael Pazos.