Prefeito Eduardo Paes voltou a criticar logística da entrega de vacinas do Ministério da SaúdeReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, voltou a fazer fortes críticas ao Ministério da Saúde, nesta terça-feira, cobrando a garantia da entrega de vacinas necessárias para imunizar a população em segunda dose. Durante uma solenidade na sede do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Paes cogitou novamente entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando do Ministério uma melhor logística na entrega.
"Eu não acho que seja maldade do Ministério da Saúde, mas eles têm um problema de logística assustador. Você imagina, o estado do Rio tem que receber e distribuir para 92 municípios. A cidade do Rio distribui para 250 postos de saúde. O governo federal só tem que pegar no Aeroporto de Guarulhos e distribuir para 27 estados. Na verdade, 26 já que São Paulo já está lá. Não me parece algo tão complexo e não tem porque ficar estocando vacina", disse ele que complementou: "Cada dia a sua agonia", referindo-se à incerteza de novos lotes.
Logo após citar uma possível ação no STF, o prefeito tentou amenizar: "Se tiver que tomar uma medida judicial, vamos tomar. Mas, nesse momento, o diálogo está sendo permanente". Nesta quarta-feira (15), a cidade se planejou para retomar a vacinação de adolescentes de 14 anos, após interromper o planejamento por falta de doses. 
Na segunda-feira, o calendário seguiu com a aplicação da dose de reforço em idosos a partir de 95 anos. Nesta terça-feira, o calendário da dose de reforço segue com os idosos de 94 anos ou mais, que completaram o esquema vacinal há pelo menos três meses. A vacinação seguirá até sábado, quando chega a vez da faixa etária dos 90 anos ou mais de receber a terceira dose. Devido à incerteza no recebimento de doses, a Secretaria de Saúde parou de antecipar o calendário de vacinação. 
Questionada sobre uma possível medida contra o Ministério da Saúde no STF, a prefeitura do Rio disse que "Eduardo Paes, foi bem claro e enfatizou que não cogita entrar com qualquer ação judicial contra o Ministério da Saúde ou o Governo Federal para o recebimento de vacinas. Ele ressaltou que tal medida só poderá ser tomada caso o envio de doses seja paralisado e o diálogo com o Ministério da Saúde e o Governo Federal seja interrompido. Hipóteses que, destacou, não vê a possibilidade de ocorrer neste momento."
Ação no STF contra o Ministério da Saúde
Paes pode repetir o que fez o governador de São Paulo, João Doria, em agosto. Doria decidiu levar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o embate travado com o Ministério da Saúde em torno do repasse das vacinas contra a covid-19. O tucano entrou com uma ação para obrigar a União a restabelecer os critérios usados até o início do mês de agosto para a distribuição das doses. O relator da ação será o ministro Ricardo Lewandowski.
O governo paulista pede ao Supremo que obrigue a União a respeitar um período mínimo de transição antes de alterar a metodologia e que exclua da mudança as vacinas necessárias para aplicação da segunda dose.