Policiais Militares do Grupamento Tático serão os primeiros a passar pelo treinamento do 'Tropa Segura' Rodrigo Menezes/Parceiro/Agência O Dia

Rio - PMs mais preparados tático e psicologicamente para o momento da tomada de decisão. Essa é a missão do novo estágio de aplicação "Tropa Segura", anunciado com exclusividade pelo DIA, pela Polícia Militar e que começa na próxima segunda-feira, no Centro de Instrução Especializada e Pesquisa Policial (CIESPP), em Ramos, na Zona Norte. Segundo a corporação, a primeira etapa contará com 288 militares vindos de batalhões das áreas mais conflagradas da capital para 50 horas de curso, divididas em seis semanas.
"A ideia é a gente poder propiciar para eles uma melhor qualidade de vida, preservando vidas dos policiais e dos cidadãos. Isso de maneira que a gente instrumentalize o policial para que, no momento da tomada de decisão dele, numa área, num momento de crise, num momento de estresse, ele possa tomar uma melhor decisão. Uma decisão mais acertada. É uma ação sinérgica que visa ao melhor serviço para a comunidade. O objetivo é potencializar os resultados de serviços prestados para a sociedade", afirma o major do CIESPP, Marcelo Corbarge.
Segundo o major, o trabalho é resultado de um estudo que considera indicadores gerados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), como o número de confrontos armados e ações violentas. Considerando isso, as primeiras turmas do programa serão formadas por militares integrantes dos Grupamentos Táticos (GAT) dos batalhões mais conflagrados, como o 39º BPM (Belford Roxo) e o 7º BPM (São Gonçalo).
"É um trabalho que tem um espectro amplo tanto na questão da gente capacitá-los na tomada de decisão nas situações críticas dando treinamento de patrulha, de tiro, quanto na psicológica, em questões como o tratamento do estresse pós-traumático", pontua Corbarge.

Serão dez disciplinas ministradas durante os cinco dias de curso: direito operacional, psicologia operativa, tecnologias de menor potencial ofensivo, armamento, APH tático, tiro policial, abordagens (pessoas, edificações e veículos), instrução tática individual, patrulha urbana e tomada de decisão.
Segundo o major Corbarge, o programa reforça a especialização que os policiais militares já recebem durante seu programa de formação. "A gente entende que devido à rotina policial, a instrução acaba ficando prejudicada. O nosso treinamento aqui divide-se tanto na parte de especialização, que é reforçar os conhecimentos que eles já dispõem, incluindo as boas práticas que temos vindas dos Comandos de Operações Especiais".
"Nós entendemos que esse treinamento vai propiciar maior segurança para que o policial tome as decisões sempre respaldados na técnica, na oportunidade e na legalidade. Esses são os três valores que são o norte do nosso trabalho. Nisso, nós já abarcamos toda a orientação da súmula do STF 635, nós falamos também de todo arcabouço jurídico que o policial precisa ter. Nós somos cumpridores da lei, então isso tem que ficar claro para todos", explica.
Para orientação tática, o major explicou que foi preparado um curso com os melhores instrutores da corporação, que pertencem ao COE, incursões e patrulhamentos em situações reais.
"O policial vai treinar aquilo que ele vai praticar, com todas as dificuldades. Queremos dar um retrato fidedigno do trabalho do policial. O objetivo estratégico da corporação é a consolidação do valor do policial frente a sociedade", concluiu o major sobre o "Tropa Segura".