Homem e cavalo foram mortos em ataque da milícia de ZinhoDivulgação

Rio - Um homem, identificado por testemunhas como Lorival, e um cavalo que pertencia à vítima, foram assassinados a tiros, em Nova Iguaçu, por um grupo de homens suspeitos de integrar a milícia, no fim da tarde da última segunda-feira (20). O crime teria sido motivado pela guerra entre as milícias liderada pelo irmão de Ecko, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e o seu principal inimigo, Danilo Dias Lima, o Tandera.
Homem é assassinado em Nova Iguaçu, na Baixa Fluminense - Reprodução
Homem é assassinado em Nova Iguaçu, na Baixa FluminenseReprodução
De acordo com a Polícia Militar, a equipe do 20°BPM (Nova Iguaçu) foi acionada na Rua Seridó, no bairro de Ipiranga, em Nova Iguaçu, para averiguar a ocorrência de baleados no local. Quando os agentes chegaram na rua, a vítima estava montada em um cavalo que também foi atingido. A Delegacia de Homicídios na Baixada Fluminense foi acionada para investigar o crime.

O homicídio aconteceu na frente dos moradores da região, que andam assustados há uma semana, desde que a guerra eclodiu entre dois grupos de milícias da Baixada e da Zona Oeste. Horas depois do crime, por volta das 22h, moradores voltaram a ficar no meio da guerra entre milícias.

Em um vídeo gravado por moradores do bairro Lagoinha, em Nova Iguaçu, é possível ouvir um intenso tiroteio. Os milicianos liderados por Zinho estariam revidando ataques sofridos recentemente na Zona Oeste.
A plataforma Fogo Cruzado também registrou um tiroteio na localidade Elmo Braga.

Reviravolta após a morte de Ecko

Desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho deste ano, durante uma operação da Polícia Civil, esperava-se que o miliciano Tandera assumisse o poder na Zona Oeste do Rio. No entanto, quem assumiu o poder foi o irmão de Ecko, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho.

Com isso, o território passou a ficar dividido assim: o Bonde do Ecko continuou atuando em bairros da Zona Oeste, arrecadando cerca de R$ 10 milhões em extorsões e práticas de cobranças ilegais; já Tandera ficou com a Região Metropolitana, bairros de Nova Iguaçu, Seropédica e Itaguaí.

Tandera inicia série de ataques na Zona Oeste

Em reportagem publicada na última segunda-feira (20) pelo DIA, investigações da Polícia Civil apontaram que Tandera estaria tentando extorquir os motoristas das vans que circulam por Campo Grande, Santa Cruz e Sepetiba, obrigando-os a pagar para ele a taxa ilegal para conseguir trabalhar.

De acordo com a corporação, além dessa exploração representar uma expansão territorial, ela também renderia um lucro exorbitante, já que cada dono de van tem que pagar de R$ 500 a R$ 700 por semana para o grupo de Zinho.

Na ocasião, pelo menos sete vans que fazem transporte alternativo de passageiros foram incendiadas na manhã do dia 16, em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, bairros da Zona Oeste. A Polícia Militar confirmou duas mortes decorrentes do confronto.

Além dos ataques às vans, a Zona Oeste registrou uma sequência de homicídios, todos suspeitos de envolvimento com a milícia. O primeiro atentado aconteceu no início da madrugada do dia 16. Logo depois da meia noite, quatro ocupantes de um Vectra cinza fecharam uma van da linha Pedra x Campo Grande, quando ela descia o viaduto próximo da Delírio da Zona Oeste.

A 35ª DP (Campo Grande) apurou que um dos criminosos desceu do carro armado com uma pistola para abordar o motorista, entrou no coletivo e ordenou que ele seguisse o Vectra.

Na Rua Almerindo de Castro, os bandidos, que seriam ligados a Tandera, mandaram o motorista descer e sair sem olhar para trás, e, em seguida, incendiaram a van. Todos estavam vestidos de preto, encapuzados e armados, de acordo com a polícia.

Os outros crimes aconteceram já durante a manhã. Por volta das 9h, no ponto final das vans, na Rua Toledo, na localidade do Campinho, cinco homens usando roupas pretas e portando fuzis chegaram em um veículo Ônix branco.

Eles teriam chegado gritando para os motoristas e cobradores não fugirem e ainda deram tiros para o alto.