Comunicação pretende garantir fiscalizaçãoAFP

Rio - Com a alta dos combustíveis, o mercado de transportes por aplicativo vem tendo que se adequar às novas condições. No entanto, o Sindicato de Motoristas de Aplicativo do Rio (Sindmobi) apontou que, apesar de ter prometido um reajuste nas taxas ganhas pelos motoristas, a Uber não cumpriu o combinado e ainda realizou mudanças que dificultaram a vida dos que usam o aplicativo para trabalhar.
De acordo com o sindicato, as mudanças incluem preços fixos em corridas, taxa a mais por fazer rotas diferentes das indicadas pelo aplicativo, retirada do repasse ao motorista do valor devido das corridas dinâmicas e corrida mínima paga de R$5,50.
"Hoje o metro cúbico do gás está quase R$5. Estamos recebendo muitos relatos de passageiros reclamando da demora para conseguir um carro por aplicativo, mas infelizmente os motoristas estão tendo que escolher corridas. Muitos estão desistindo de rodar, porque não tem mais compensado. Quando quebra o carro, não tem dinheiro para consertar. Recebemos inúmeros pedidos de socorro por dia porque o profissional está com o carro parado. Muitos pedem ajuda com cestas básicas, não tem o que comer em casa", lamentou Luiz Corrêa, presidente do sindicato.
Segundo dados levantados pelo Sindmobi, o estado do Rio de Janeiro conta com 300 mil motoristas da Uber. No entanto, 25% dos trabalhadores que usam o aplicativo já abandonaram o serviço em razão da falta dos reajustes em relação ao aumento dos combustíveis.
No dia 26 de outubro o Sindmobi fará uma carreata que sairá do Aeroporto Rio Galeão, às 7h, e irá até o prédio da Uber, localizado na Avenida Presidente Vargas, no Centro da cidade. A manifestação irá reivindicar o reajuste para a categoria e melhores condições de trabalho na plataforma.
Procurada pelo DIA para esclarecer as mudanças feitas e a falta do reajuste prometido, a Uber disse que tem oferecido parcerias que dão, por exemplo, desconto em combustíveis e promoções que atribuem um valor extra fixo para corridas curtas. A empresa justifica, ainda, que tem feito uma revisão e reajuste dos ganhos dos motoristas parceiros em diversas cidades. Essas adequações nos valores não foi detalhada. 
*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro