Febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pela picada de carrapatos-estrela infectadosDivulgação/ PBH

Rio - A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), confirma que está em investigação um caso suspeito de febre maculosa no município de São João da Barra.
A amostra coletada pelo município será enviada para análise no Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses da Fiocruz-RJ, que é referência no assunto. A previsão é que o resultado fique pronto em até sete dias.

O governo trabalha em parceria com as equipes de vigilância da prefeitura de São João da Barra, que estão tentando determinar o provável local da infecção, além de fazer a coleta de parasitas (vetores) para serem encaminhados ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ) para identificação.

Este ano, até o momento, foram registrados 12 casos de febre maculosa e três óbitos no Estado do Rio de Janeiro: em Campos, Itaperuna e São João da Barra. Em 2020, foram 12 casos e dois óbitos.
Os principais sintomas da febre maculosa são febre alta, dores de cabeça intensas, dor muscular e articular, dor abdominal, diarreia e exantema (erupção geralmente avermelhada que aparece na pele devido à dilatação). Eles costumam aparecer entre dois e 14 dias após a picada do carrapato infectado. Entre os animais que podem hospedar a bactéria estão cavalos, capivaras, marsupiais (gambá) e cães que circulam em região com infestação e transportando o carrapato estrela infectado.
Criança morreu em Campos

Uma criança morreu em Campos dos Goytacazes no dia 31 de agosto por conta da doença, que tem como transmissor o carrapato-estrela. Com o sinal de alerta ligado, o município passou a adotar medidas para evitar que novos casos de febre maculosa surjam.
Na busca ativa feita pela Prefeitura, foram encontrados diversos carrapatos na parede da casa onde a criança que morreu morava e também em entulhos ao redor do imóvel, além de constatada a presença de capivara, um dos animais hospedeiro da bactéria, naquela região. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizou dedetização específica ao redor da residência e orientação para os moradores quanto aos cuidados para evitar o contato com o vetor da doença. O CCZ só realiza esse tipo de dedetização quando há comprovação da doença. Já a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social atuou na ação com cadastramento das famílias junto ao Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), além de distribuição de bolsas de alimentos.

Charbell explica ainda que durante a investigação de campo teve ciência de outra criança que morava duas casas após a residência do óbito do dia 31 de agosto. Tratou-se de uma criança de 2 anos, com registro de óbito em janeiro de 2020 em circunstância semelhante, acendendo uma luz de alerta. Mas a SES já descartou que essa criança que veio a óbito em 2020 tenha contraído a doença.
Prevenção
O Ministério da Saúde orienta algumas medidas como prevenção à Febre Maculosa. São elas:
. Usar roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro
. Usar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas.

. Evitar andar em locais com grama ou vegetação alta.
. Usar repelentes de insetos: atualmente já existem repelentes contra carrapatos no mercado.

. Verificar no próprio corpo e nos animais de estimação se estão com carrapatos: após três horas de exposição a áreas de risco é preciso verificar se há a presença de algum carrapato no corpo. Após esse período, o inseto já terá transmitido a bactéria para a pessoa.

. Remover carrapato com uma pinça: pegue com cuidado o carrapato. Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água.

Quanto mais rápido uma pessoa retirar os carrapatos de seu corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos insetos.