André Marques Divulgação

Rio - A velocidade do piloto da fórmula Truck Andre Marques não se limita às corridas de automobilismo. É também sua marca registrada fora delas. Após um de seus postos de combustíveis ter sido flagrado comercializando gasolina adulterada, Marques foi ligeiro para enganar a Secretaria de Fazenda e evitar ficar fora das pistas dos negócios.
O episódio ocorreu em 2011. Fiscais paulistas deflagraram uma operação e encontraram vasta quantidade de combustível fora dos padrões de qualidade no Auto Posto 155, no litoral de São Paulo, do qual Marques era sócio. Um processo administrativo foi instaurado a partir do flagrante. Com receio de ver outros postos de sua propriedade prejudicados, Marques deu início a um plano ardiloso.
Segundo um dos fiscais envolvidos na operação, que pediu para não ser identificado com medo de represálias, Marques encerrou o CNPJ do posto na Receita Federal e transferiu para terceiros as cotas societárias que mantinha em outros postos, para que não fossem fechados pelo Fisco de São Paulo no decorrer do processo administrativo. Dessa forma, Marques conseguiu sumir do radar dos fiscais e preservou os demais negócios que administrava no setor de combustíveis.
As novas manobras para enganar a Justiça e a ANP
Mesmo com o histórico de cambalachos em São Paulo, Marques partiu para novas empreitadas em outros estados. Uma de suas empresas, a World Combustíveis, conseguiu uma liminar na 11ª Vara da Fazenda Pública para distribuir combustíveis no estado do Rio de Janeiro. Depois disso, Marques cavou uma autorização da ANP, embora tenha omitido que respondia processo criminal por comercialização de gasolina adulterada. Também deixou de mencionar ter sido citado na maior operação da Polícia Federal dedicada ao combate à lavagem de dinheiro da principal facção paulista. A PF apontou que Marques usou seus postos para esquentar dinheiro da famosa organização. Marques continua impune e acelerando a mil por hora.