O corretor das celebridades Michael de Souza MagnoRedes sociais
Polícia Federal prende 'corretor das estrelas', apontado como operador financeiro do 'Faraó dos bitcoins'
Inquérito policial diz que Michael de Souza Magno é operador financeiro do esquema fraudulento de pirâmide montado pelo ex-garçom Glaidson Acácio
Rio - A Polícia Federal prendeu na tarde desta terça-feira um dos foragidos da operação Kryptos. Michael Magno, conhecido como corretor das estrelas, foi capturado enquanto trafegava pela rodovia Castelo Branco, em Araçariguama, em São Paulo, conduzindo um Jaguar. Michael é apontado como operador financeiro do esquema fraudulento de pirâmide montado por Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó das bitoins", preso no dia 25 de agosto.
Magno foi localizado por policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Superintendência da PF no Rio e conduzido à Sede da corporação em São Paulo. Segundo as investigações, o grupo usava investidores em criptomoedas e prometia rendimentos acima do mercado financeiro.
Michael declarou bens e rendimentos não compatíveis com seu padrão de vida. Parte do texto da Receita Federal aponta o corretor como "provável sonegador contumaz". Segundo a PF, ele é ligado ao casal Tunay Pereira Lima e Marcia Pinto dos Anjo, sócios de Glaidson que também foram presos na primeira fase da operação.
Corretor de celebridades
Michael Magno tem 30 anos e ficou conhecido há dois ao se declarar como "o empresário que vendia mansões para famosos". Em 2019, com 28 anos, revelou a venda de imóvel de R$ 20 milhões. O corretor também é conhecido por aparecer em fotos nas redes sociais ao lado de famosos e em viagens de helicópteros.
Entre seus clientes estão os atores como Bruno Gagliasso, Eri Johnson e Kadu Moliterno, as atrizes Nivea Stelmann, Rayanne Morais e Juliana Kieling, além da cantora Preta Gil e os jogadores de futebol, Nenê, Henrique Dourado e Giovanni Augusto.
Operação Kryptos
O esquema de pirâmide envolvendo criptomoeadas começou a ser desmontado no dia 25 de agosto, em uma operação da PF, com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal. A ação resultou na prisão do ex-garçom, conhecido em Cabo Frio, na Região dos Lagos, como "Rei dos Bitcoins".
As investigações sobre Glaidson e seus cúmplices começaram no dia 28 de abril, quando agentes da Polícia Federal apreenderam R$ 7 milhões dentro de um helicóptero em Armação dos Búzios com destino a São Paulo. O dinheiro estava dentro da aeronave com Glaidson e a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, mulher e sócia dele, que fugiu para os Estados Unidos. O casal embarcava com três malas, onde o dinheiro foi encontrado.
Depois da prisão do ex-garçom, a PF descobriu cerca de R$ 15,3 milhões em dinheiro vivo. Ele teria movimentado, em seis anos, cerca de R$ 38 bilhões. A polícia desvendou ainda que o preso é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e que fez inúmeras doações para a entidade religiosa.
Ainda segundo levantamento da Receita Federal, as transferências do acusado à Iurd foram de aproximadamente R$ 29 milhões entre 2018 e 2020. A igreja, porém, confirma ter recebido valores ainda mais altos, de R$ 72,3 milhões, entre 4 de maio de 2020 a 12 de julho de 2021.
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