Alunos da rede municipal de ensino do Rio retornam à aula presencial sem rodízio de turmas. Na foto, entrada da Escola Municipal Estados Unidos, no CatumbiReginaldo Pimenta / Agência O DIA

Rio - Nem mesmo as mochilas pesadas e o tempo chuvoso conseguiram desfazer a alegria da criançada ao reencontrar, em definitivo, os colegas de turma. As unidades municipais de ensino do Rio voltaram a receber os alunos na sua totalidade a partir desta segunda-feira (18), sem rodízio nas salas de aula, como vinha acontecendo por conta dos protocolos impostos pela Covid-19.
A rede municipal têm retomado o ensino presencial em diferentes etapas, desde fevereiro. A última, no segundo semestre, houve um rodízio: cada turma frequentava a escola em um dia diferente, para evitar aglomerações e garantir o distanciamento nas salas. Dados da Secretaria Municipal de Educação (SME) apontam que a adesão dos pais já era de 85% em agosto. A expectativa é de que alcance os 100% nas próximas semanas.
"Começamos em fevereiro desse ano com o início do ensino presencial, seguindo nosso protocolo sanitário. E agora é um novo passo em que a gente segue o Comitê Científico, que afirma não ser mais necessário o distanciamento. É o fim do rodízio. Todos os alunos podem retornar às aulas todos os dias", afirmou o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.
A retomada definitiva acontece em duas fases. A primeira, desta segunda-feira, é para alunos da pré-escola, 1º, 2º, 5º e 9º anos e Carioca II, de aceleração do ensino. A segunda etapa ocorre no dia 25 de outubro. O fim do rodízio de turmas priorizou os alunos que estão em alfabetização e nos anos de fim de segmento, como a Educação Infantil, e os ensinos Fundamental I e II. O grupo representa 300 mil dos 644 mil estudantes que frequentam as 1.543 escolas municipais do Rio.
Daniel Rocha Dias, pai do pequeno Danilo, aluno do quinto ano da Escola Municipal Estados Unidos, no Catumbi, comemorou o retorno. "Ele está há muito tempo parado, é ruim para a criança aprender assim. O ensino já não é dos melhores, sem ser presencialmente ficou ainda mais complicado. Às vezes não temos Internet em casa. Ele já estava agoniado", afirmou o pai do aluno.
Alda Reis, diretora da escola Estados Unidos, prevê o retorno de pouco mais de 500 alunos, dos 743 matriculados. "Nós estamos diariamente em contato com o grupo do Whatsapp das mães. A imensa maioria aderiu e concordou com o retorno. Algumas ainda preferem deixar os filhos no ensino remoto. Então, eles têm acesso ao material online. Mas a escola está totalmente preparada para recebê-los", disse a diretora.
Aulas de reforço tentam preencher lacuna educacional criada pela pandemia
Desde agosto, a Secretaria Municipal de Educação implementou um programa de reforço escolar permanente para os alunos da rede. As aulas, dadas por professores municipais, tenta solucionar os problemas de aprendizagem criados durante a pandemia, quando boa parte dos alunos ficou um ano letivo inteiro sem aulas regulares. O ensino remoto e online, elaborado na gestão passada da prefeitura, apresentou falhas desde o início da pandemia.
"Uma das grandes das consequências da pandemia é a tragédia silenciosa da Educação. Vemos uma defasagem de aprendizado. Desde o começo do ano começamos a avaliar os alunos bimestralmente, para entender quais são as lacunas de conhecimento nas matérias. Criamos um reforço escolar, que é o Reforço Rio, para identificar as principais dificuldades do alunos. Reforços e aula presencial todos os dias nos dão confiança de que iremos equilibrar esse problema", comentou o secretário.