Entregador do Mercado Livre diz ter sido vítima de racismo em condomínio de luxo na Barra da TijucaReprodução

Rio - A Polícia Civil irá apurar um suposto caso de racismo ocorrido dentro de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O caso aconteceu neste último sábado (16), quando o entregador do site de compras Mercado Livre, Cleyton Pires, registrou pelo celular o ataque furioso de uma moradora que se apresentou como juíza.  
Em um vídeo postado em suas redes sociais, o entregador diz que esteve no Condomínio Nova Ipanema para entregar uma encomenda. Cleyton afirma que entrou no condomínio com a autorização dos seguranças. Porém, ao chegar no local da entrega, foi obrigado a bater no portão da residência, após tocar a campainha por três vezes e não ser atendido pelos moradores. 
O entregador explica que uma moradora saiu do imóvel e passou a desferir palavras contra ele, em tom humilhante. A mulher, que se apresentou como juíza, chama Cleyton de favelado, por usar a força ao bater no portão. Toda a discussão é registrada pela câmera do celular do entregador. 
Cleyton esteve na delegacia da Barra, mas foi orientado pela equipe de plantão a realizar o registro on-line. Porém, retornou nesta segunda-feira (18) na 16ª DP (Barra da Tijuca) onde conseguiu fazer o registro. 
A Polícia Civil deve ouvir todos os envolvidos no caso. Os seguranças que presenciaram as agressões verbais também serão ouvidos. 
Em nota, o Mercado Livre informou que "repudia e não tolera nenhum ato de discriminação e preconceito". Segundo a assessoria, assim que soube do caso, "iniciou rigorosa apuração, prestando o apoio e orientações ao profissional, bem como à empresa parceira para a qual ele atua. Como medida preventiva, em linha com suas políticas e com seus Termos e Condições de Uso, o Mercado Livre suspenderá a cliente da plataforma durante todo o período de apuração do caso pelas autoridades".
O espaço está aberto caso a parte acusada pelo entregador queira se manifestar.