Alunos da rede municipal de ensino do Rio retornam à aula presencial sem rodízio de turmas. Na foto, entrada da Escola Municipal Estados Unidos, no CatumbiReginaldo Pimenta / Agência O DIA

Rio - O Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe) vê com ressalvas o retorno das aulas na rede municipal de maneira 100% presencial e sem rodízio entre turmas, como era feito até a semana passada. Trabalhadores do município relatam a insegurança na convivência de alunos em ambientes comuns da escola, como os refeitórios. A Secretaria Municipal de Educação (SME) afirma que as unidades estão aptas a receberem os alunos.
Duda Quiroga, coordenadora do Sepe no Rio, diz que a posição do sindicato é de que a prefeitura deveria esperar o fim da vacinação completa das crianças com 12 anos ou mais para o retorno 100% presencial. Segundo a entidade, o aumento do fluxo de alunos nos refeitórios no último mês provocou dificuldades, como a higienização completa dos locais.
"A gente entende que não deveria ter o retorno 100% presencial agora. A gente acha que deveria continuar no sistema híbrido, garantindo o presencial e o remoto intercalado, para que se pudesse garantir o distanciamento e a limpeza dos refeitórios. No mês passado, já escutamos muitos relatos, principalmente do pessoal de limpeza e merenda, de que não era possível mais higienizar os refeitórios nos protocolos orientados pela prefeitura. São muitas crianças comendo ao mesmo tempo. Uma turma entra logo após a outra. Não há tempo para a limpeza completa", afirmou Duda.
A coordenadora do sindicato defende que o ensino híbrido não é o ideal, mas não deveria ser deixado de lado ainda este ano. "Não parece que dois meses, daqui até dezembro, façam tanta diferença. Óbvio que o remoto não é o ideal, não defendemos o sistema híbrido (remoto e presencial) como estratégia pedagógica. Mas a gente acha que deveria continuar acontecendo", afirma a coordenadora. "Os profissionais estão inseguros em relação às crianças incluídas (que apresentam algum grau no espectro autista, por exemplo), que não usam máscara".
Escolas passam por 'checklist' de infraestrutura, diz secretário
A Secretaria Municipal de Educação enviou, através de nota, o protocolo sanitário que orienta as escolas sobre a alimentação. Os alunos devem lavar as mãos com água e sabão, ou higienizá-las com álcool em gel antes e depois dos intervalos e das refeições; os estudantes também são orientados a não conversarem enquanto lancham, e a guardarem a máscara adequadamente. Os refeitórios devem ter revezamento de turmas em horários alternados; as cadeiras podem ter distanciamento, e mesas e bancos devem ser limpos nos intervalos. Os horários de recreio também devem ser escalonados.
O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, afirmou que todas as escolas do município estão aptas às aulas, após um 'checklist' de infraestrutura para garantir a higiene das unidades."As escolas precisam seguir esse checklist de infraestrutura, como por exemplo uma lixeira adaptada - com abertura da tampa através de pedais -, sala organizada com álcool em gel e outros produtos", afirmou Ferreirinha, durante visita na Escola Municipal Estados Unidos, no Catumbi, região central do Rio. "Também precisamos ter a retomada dos serviços essenciais. Pegamos uma secretaria que infelizmente não estava com os contratos de maneira adequada".