Colégio Pedro II do HumaitáTânia Rêgo / Agência Brasil

Rio - Pais e alunos do Colégio Pedro II, referência de qualidade de ensino no Rio de Janeiro, vivem um imbróglio sobre a volta às aulas presenciais em meio à pandemia da covid-19. Para a instituição, o ideal seria que o retorno dos estudantes acontecesse apenas no próximo ano. O Ministério Público Federal (MPF), entretanto, havia pedido na Justiça que as aulas presenciais da instituição e das universidades federais fossem retomadas na última segunda-feira (18), mas a Justiça Federal negou.
Segundo a decisão, o Ministério da Educação (MEC) já havia alegado que as escolas e faculdades têm autonomia para decidir quando vão retomar as aulas presenciais.
Em um comunicado divulgado no último dia 11, o Colégio Pedro II disse que o motivo do não retorno das aulas ainda este ano seria a suspensão de prestações de serviços terceirizados. "Recontratação dos serviços terceirizados e as aquisições de bens de consumo seguem o rito da legislação específica, bem como as Instruções Normativas advindas do Ministério da Economia, que preveem o cumprimento temporal legal para a sua realização e conclusão. Não é um ato contábil simples e demanda tempo".
Alguns pais, porém, não concordam com a decisão da unidade de ensino. Eles alegam que a direção do colégio teve dois anos para organizar a retomada às aulas, e que os alunos têm feito duas séries ao mesmo tempo, o que atrapalha no aprendizado.
"Não entendemos a resistência da escola em fazer o retorno esse ano. Toda a rede particular e pública da cidade do Rio estão retornando", afirmou a mãe de um aluno da unidade do Humaitá, na Zona Sul.
Thayana Mussalem, que tem uma filha no Pedro II da Tijuca, na Zona Norte, enfatizou que é a favor do retorno presencial, mas acredita que o colégio ainda não se encontra em condições de oferecer a segurança adequada aos alunos.
"Está uma briga danada, mas eu acho super importante a retomada das aulas. Minha filha estava no ensino presencial e teve que parar para ficar online. Isso atrapalha. Tem horas que ela fica concentrada, mas tem horas que há a dispersão", citou Thayana.
Por outro lado, há quem concorde com o retorno apenas em 2022. "Colégio Pedro II certíssimo em retornar as aulas presenciais só ano que vem. Faltando dois meses para o fim do ano letivo e essa palhaçada", disse uma internauta nas redes sociais.
Há também um abaixo assinado feito por funcionários da escola pedindo a volta das aulas somente no próximo ano, já que nem todas as pessoas ainda estão vacinadas contra a covid-19.
"Nós da comunidade escolar do Colégio Pedro II, pedimos que seja respeitada a decisão de retorno presencial em 2022 para proteção e segurança dos estudantes que ainda não estão vacinados ou com esquema incompleto. Queremos voltar às atividades presenciais, mas é fundamental que possamos fazê-lo em segurança e que a vida seja prioridade sobre todas as coisas", dizia o texto.