afirmou que a capital fluminense registrou a menor taxa de transmissão da covid-19, cerca de 0,69%, desde o início da pandemia.Marcos Porto/Agência O Dia

Rio - O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, voltou a dizer que o Rio de Janeiro poderá ter a tradicional festa de Réveillon 2022 sem medidas restritivas como distanciamento e uso de máscaras. Mas para isso, segundo ele, a cidade precisa atingir a taxa de 90% dos adultos com o esquema vacinal completo.
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"Se a gente tiver 90% da população adulta vacinada certamente a gente alcança uma cobertura bastante alta que permite que a gente não tenha mais medidas restritivas no Rio. Vários países já voltaram a normalidade. A expectativa é que a gente possa voltar a ter um Réveillon incrível, de muita esperança e com o jeito carioca de ser. Mas é necessário que a população se vacine", disse o secretário à rádio Tupi.

Soranz ainda afirmou que a capital fluminense registrou a menor taxa de transmissão da covid-19, cerca de 0,69%, desde o início da pandemia.

"O cenário epidemiológico para covid no Rio é muito positivo, há uma redução franca de número de casos há 8 semanas, redução de internação no menor nível que já tivemos. A gente só vai manter se estiver vacinando, precisamos das doses que estão no estoque do Ministério da Saúde".
Carnaval 2022

Um relatório, divulgado na semana passada (11), assinado por especialistas da Fiocruz e da UFRJ indica que, para o Carnaval 2022 acontecer de forma segura, 80% da população do Brasil, do Estado e da cidade do Rio de Janeiro deve estar completamente vacinada contra a covid-19. Além deste critério, o documento aponta mais quatro indicadores mínimos, entre eles estão a baixa taxa de contágio, a disponibilidade de leitos e enfermarias e a testagem para os trabalhadores do carnaval.

"Para além desses indicadores a sociedade deve discutir qual o risco que ela deseja assumir com a realização do evento. Essa discussão transcende em muito os dados quantitativos oferecidos pelos indicadores. Ela é essencialmente ética. A decisão de realizar o carnaval de forma segura implica em diversos benefícios que se estendem não apenas para a economia, mas também para a saúde mental da população, que por vários meses manteve-se confinada. Por outro lado, há grande incerteza sobre os riscos inerentes ao evento", afirmam os especialistas no relatório.

O documento foi assinado pelo ex-diretor da Escola Nacional de Saúde Pública e pesquisador titular da Fiocruz, Hermano Castro, e o Professor titular de Epidemiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, Roberto medronho, e entregue à Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) após a audiência pública "Vai ter Carnaval em 2022?", realizada na Câmara Municipal do Rio no dia 1º de outubro. A audiência foi conduzida pelo vereador Tarcísio Motta (PSOL), presidente da Comissão Especial do Carnaval da Câmara.

O vereador afirmou na audiência que as recomendações serão encaminhadas para análise do Comitê Científico, que auxilia a Prefeitura do Rio a tomar decisões referentes à covid-19 no município. "Cobraremos para que a Prefeitura possa tornar pública quais são essas condições, critérios e protocolos para confirmar a realização do carnaval e garantir a segurança da cidade antes, durante e depois do carnaval de 2022".