Sargento Da Silva morreu de febre maculosa após participar de curso da PMReprodução/Arquivo Pessoal
Morte de sargento da Polícia Militar por febre maculosa é confirmada
Contágio teria acontecido durante um treinamento no Batalhão Tonelero, em Campo Grande. Cabo da corporação também morreu com suspeita da doença
Rio - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio e a Polícia Militar confirmaram, nesta terça-feira (26), que a morte do sargento Carlos Eduardo da Silva, no último dia 22, se deu por febre maculosa. O militar era instrutor do Curso de Operações de Polícia de Choque (COPC), no Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, conhecido como Batalhão Tonelero, em Campo Grande, na Zona Oeste, onde o contágio teria ocorrido, durante uma "etapa de mata".
O sargento era morador de Teresópolis, na Região Serrana do estado e, de acordo com a SMS, os casos são notificados de acordo com o município de residência do paciente. Além do sargento, o cabo Mario César Coutinho de Amaral, que também participou do treinamento, morreu no dia 24 de outubro, com suspeita da doença, que é transmitida por picada de carrapato.
Segundo a SMS e a Polícia Militar, o segundo caso ainda está sob investigação epidemiológica. Os outros policiais que fizeram o curso passaram por avaliação clínica e exames complementares e, até o momento, nenhum militar teve a contaminação pela doença confirmada e não são considerados casos suspeitos da doença.
Febre maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável, causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. No Brasil, duas espécies de riquétsias estão associadas a quadros clínicos da febre maculosa, são elas a Rickettsia rickettsii, que produz a doença grave registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste, e Rickettsia sp. cepa Mata Atlântica, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica, produzindo quadros clínicos menos graves.
A transmissão da febre maculosa, em seres humanos, acontece por meio da picada do carrapato infectado pela bactéria causadora da doença. Os carrapatos permanecem infectados durante toda a vida, em geral de 18 a 36 meses. Ao picar e se alimentar do sangue, o carrapato transmite a bactéria por meio da saliva.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas são: febre acima de 39ºC e calafrios, de início súbito; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular constante; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.
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