Operação Veritas pretende cumprir 15 mandados de prisão no Rio e em NiteróiMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - Uma organização criminosa que aplicava golpes financeiros, através de fraudes bancárias, está na mira da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). Os agentes da especializada realizam, desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, a Operação Veritas para cumprir 15 mandados de prisão, no Rio e em Niterói. Até o momento nove pessoas já foram presas.


De acordo com as investigações, o esquema criminoso que seria liderado por Eduardo da Costa Pereira, conhecido como Frango, conta com a participação de gerentes de bancos e agentes de segurança pública, e movimentou mais de R$ 13 milhões no período de um ano, entre setembro de 2020 e deste ano.

O apuração dos agentes apontou que a quadrilha contava com um sofisticado sistema para a realização de fraudes, que eram feitas, principalmente, através da emissão de cheques e uso de cartões de créditos.

As investigações revelaram que durante a fraude com cheque, o grupo, primeiro, conseguia interceptar os talões enviados aos clientes das instituições bancárias por envio postal. Em seguida, os fraudadores clonavam o número de telefone da vítima, para que conseguissem se passar por ela no momento da confirmação dos dados. Com as folhas dos talonários em mãos, os criminosos preenchiam com os valores que queriam, falsificavam a assinatura dos verdadeiros clientes e compensavam o cheque.

Já durante os golpes aplicados com cartão de crédito, os agentes acreditam que, possivelmente, o bando simulava transações comerciais inexistentes, através do uso de cartões clonados em máquinas que eram operadas num escritório de fachada, no Centro de Niterói, usado exclusivamente para os integrantes da organização praticarem os crimes.

Para a Dcoc-LD há indícios da participação de funcionários do banco no esquema. Dois deles foram identificados como Diogo Ramires Sepúlveda Gomes e Rodrigo de Carvalho Souza Lima. Através da quebra de sigilo de dados telemáticos de Frango, autorizadas pela Justiça, foi possível constatar o envolvimento de cinco gerentes só de um banco envolvidos no esquema criminoso.

Ainda de acordo com a especializada, Frango ocultava as transações financeiras fraudulentas através de esquema de laranjas e empresas de fachada. Segundo a Dcoc, consta registrada no nome do chefe do bando a Serv Motos Boy Flash LTDA, que seria uma empresa de entregas rápidas. Entretanto, no endereço, na Taquara, Zona Oeste do Rio, funciona na verdade um estúdio de tatuagem, sem qualquer serviço de entregas rápidas, o que demonstraria, para a polícia, tratar-se de empresa de fachada constituída com objetivos espúrios.