Esquema seria liderado por Eduardo da Costa Pereira, conhecido como FrangoMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - As investigações da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) revelaram que gerentes de instituições bancárias integravam uma quadrilha especializada em praticar fraudes financeiras através de cheques e cartões de crédito. Segundo a apuração policial, os bancários forneciam os dados pessoais e das contas de seus clientes aos demais integrantes da organização criminosa. Entre os alvos dos 15 mandados de prisão da Operação Veritas, deflagrada nesta quinta-feira, estão dois gerentes de banco.
Os agentes descobriram que a participação dos bancários acontecia principalmente nas fraudes mediante o uso de cheques. Eles seriam os responsáveis por informar aos comparsas a capacidade financeira da vítima para que os talões fossem preenchidos com o maior valor possível para o saque. Dois funcionários foram identificados como Diogo Ramires Sepúlveda Gomes e Rodrigo de Carvalho Souza Lima. Os gerentes também eram quem passavam como era a assinatura do cliente para que os talonários fossem assinados corretamente.

De acordo com a Dcoc, o golpe era aplicado a partir da clonagem do número de telefone das vítimas. O contato era obtido através do banco de dados da agência. Em seguida, os fraudadores entravam em contato com a companhia telefônica e pediam que os dados fossem atribuídos a outro chip. Era dessa maneira, segundo a polícia, que os fraudadores conseguiam se passar pelo cliente durante ligação com a central do banco para autorizar a compensação dos cheque, mediante justificativa para os altos valores.

Os investigadores ainda descobriram que o bando também conseguia interceptar os talões enviados aos clientes das instituições bancárias por envio postal. Já com as folhas dos talonários furtadas em mãos e todas as informações pessoais e bancárias da vítima, os criminosos preenchiam os valores que queriam, falsificavam a assinatura e compensavam o cheque.

A quebra de dados telemáticos apontou também que a quadrilha costumava dizer, de forma mentirosa, que o dinheiro seria usado para compra de terrenos, como forma de justificativa ao banco, quando recebiam a ligação da instituição questionando a transação.

As investigações apontam que foi desta maneira que, em setembro do ano passado, a quadrilha gerou um prejuízo de quase R$ 500 mil a um homem que registrou o crime em Minas Gerais. De acordo com a vítima, ela teve quatro cheques furtados e descobriu que foram compensados dois talões no valor de R$ 115 mil, um no valor de R$ 120 mil e outro de R$ 141,9 mil.