Fotos mostram cabos enrolados em hélice de avião que levava Marília Mendonça e caiu na última sexta-feira, 5Divulgação/Fervel Auto Socorro

Rio - Os destroços do avião que caiu na zona rural de Caratinga (MG), provocando a morte da cantora Marília Mendonça e de outras quatro pessoas, chegaram na noite de terça-feira (9) ao Aeroporto do Galeão, no Rio. As asas e a cabine da aeronave passarão por uma perícia detalhada, mais uma fase da investigação que apura as causas do acidente.
Os dois motores do avião seriam, inicialmente, levados para Sorocaba (SP). Mas, a FAB na terça-feira (9) informou que os equipamentos iriam para o Centro de Serviços Aeronáuticos (CSA) em Goiânia), que dispõe de estrutura e disponibilidade necessárias para que os técnicos do SERIPA III realizem a análise dos equipamentos. O transporte dessas peças foi realizado na madrugada desta quarta-feira (10).
Os demais destroços foram encaminhados para a sede do Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA), no Rio de Janeiro, onde as análises continuam. Esse serviço também será realizado em coordenação com o operador da aeronave.

O objetivo das investigações realizadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão da Força Aérea Brasileira que engloba sete SERIPAs, é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes.
No Rio, os investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III) vão continuar os trabalhos de Ação Inicial do acidente, para continuação das investigações. Segundo o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), a investigação será dividida em três etapas:
- A primeira etapa será a de coleta de dados, onde todas as informações do acidente serão reunidas.
- A segunda será a de análise de dados, onde serão investigados os sistemas da aeronave e se fatores humanos e operacionais (como a rota da viagem e as condições climáticas) tiveram influência no acidente. Nesse etapa, pilotos, mecânicos, médicos legistas e psicólogos podem ser entrevistados pelo órgão para auxiliar no embasamento de informações.
- Por fim, após a conclusão do relatório final, terá a última etapa da investigação, que será a de apresentação dos resultados.
Investigações podem levar de seis meses a um ano
O Cenipa informou que as investigações do acidente podem levar de seis meses a um ano e que elas tem como objetivo prevenir outros acidentes semelhantes. A entidade também vai investigar os fatores determinantes para o acidente e destaca que a conclusão “terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes”.
O órgão confirmou, no sábado, 6, que a aeronave não tinha caixa-preta, mas foi encontrado um spot geolocalizador, que será confrontado com o plano de voo e poderá ajudar a entender as causas do acidente.
Cabo foi encontrado enrolado em uma das hélices do avião
No caso dos motores, a equipe da empresa particular, contratada pela PEC Táxi Aéreo, dona da aeronave que caiu, enfrentou dificuldade para o recolhimento, já que as peças estavam em locais de difícil acesso.
Na noite desta segunda-feira, a Polícia Civil de Caratinga informou que foi encontrado um cabo enrolado em uma das hélices do avião. Entretanto, não há como afirmar se é um cabo que se rompeu na torre de transmissão de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
O trabalho de retirada da aeronave já havia começou no sábado (6). No dia, o avião já havia sido retirado da correnteza da cachoeira, onde havia caído, e deixada ao lado. Durante a operação, as equipes contaram com o apoio de um guindaste para içar o avião até um terreno mais alto. As asas do avião bimotor também foram cortadas para facilitar o deslocamento.