Leonardo Lima e Priscilla de Oliveira teriam planejado o crime de assassinato do empresário Carlos Eduardo Monttechiari, após a vítima suspeitar de fraudes nas contas do condomínioReprodução / TV Globo

Rio - A Justiça determinou, nesta quarta-feira, que a síndica Priscilla de Oliveira e Leonardo Lima, suspeitos pela morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari, morador do condomínio London Green Park, que ela administrava na Barra da Tijuca, vão a júri popular. A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, decidiu ainda manter a prisão dos dois.
"Ante o exposto, pronuncio os réus Leonardo Gomes de Lima e Priscilla Laranjeiras Nunes de Oliveira, a fim de que sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri (...). Mantenho as prisões dos acusados, por entender que remanescem íntegros os pressupostos da prisão cautelar, que veio decretada para garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal", anotou a juíza.
Leonardo foi apontado pela investigação da 27° DP (Vicente de Carvalho) como autor dos disparos que matou o empresário. Segundo sua defesa, ele relatou que vivia ouvindo Priscilla reclamar de Carlos, e que estava preocupada com a assembleia que ele queria convocar e que "precisava dar um jeito".
O empresário e vítima era opositor da síndica do prédio. Segundo a investigação, Carlos descobriu, verificando notas fiscais falsas ou fantasmas, um desvio de mais de R$ 800 mil do orçamento do condomínio.
Segundo a defesa de Leonardo à época, "uma grande" amiga de Priscilla perguntava para ele "se não ia dar um jeito". Essa pessoa que antes foi ouvida apenas como testemunha teria arrumado e sumido com a arma do crime. 
Relembre o caso
Leonardo Lima era supervisor do condomínio e apontado como amante de Priscilla. Os dois teriam tramado a morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari, em fevereiro deste ano. Isso teria ocorrido depois que o morador acusou a síndica de desviar dinheiro do condomínio.
A vítima já tinha sido síndico e era opositor a Priscilla. Ele queria realizar uma assembleia com os moradores, mas quatro dias antes da reunião ele foi baleado enquanto estava dentro do carro, na frente do terreno que alugava, no bairro Vila Kosmos, na Zona Norte do Rio. Carlos foi atingido no tórax e no abdômen, chegando a ser hospitalizado, mas morreu no dia seguinte.
O homem acusado de abordar e atirar em Carlos é Leonardo. Uma câmera de segurança registrou o crime, ocorrido na manhã do dia 1 de fevereiro. A princípio, a polícia tratou como latrocínio (roubo seguido de morte), mas a 27° DP concluiu que a vítima tinha marcado para 5 de fevereiro uma assembleia a fim de apresentar um dossiê com provas contra a gestora.
Mas a 27ª DP (Vicente de Carvalho) concluiu que o Carlos Eduardo, que já tinha sido síndico do condomínio e era opositor de Priscilla, tinha marcado para 5 de fevereiro uma assembleia a fim de apresentar um dossiê com provas contra a gestora.
Nas imagens do crime, os investigadores perceberam que o carro de onde o assassino desceu tinha um amassado na lataria. Após rastreá-lo, descobriram que o automóvel estava no nome da mulher de Leonardo.
Testemunhas disseram que Leonardo tentou modificar o veículo: colocou rodas novas e tirou adesivos. Mas o amassado na lateral permanecia. Ao receber voz de prisão, Leonardo tentou fugir, mas acabou capturado. Ele estava com o mesmo carro usado no dia do crime. Os dois acusados não tinham antecedentes criminais. A Polícia Civil ainda investiga quem é o motorista que ajudou o assassino a fugir.