Parentes estão no IML de Tribobó para fazer o reconhecimento dos corpos encontrados no Complexo do SalgueiroREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA

Rio - Quatro dos oito corpos encontrados em uma área de mangue do Complexo do Salgueiro, na segunda-feira (22), já foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo, em Tribobó. Dois foram liberados ainda na segunda-feira, e outros dois nesta manhã.
Os quatro já reconhecidos por familiares serão enterrados no Cemitério São Miguel e Almas, em São Gonçalo. A expectativa é de que a outra metade seja liberada ainda nesta terça.
Durante a manhã, alguns parentes estiveram no IML de Tribobó para finalizar o reconhecimento dos corpos. O delegado titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG), Bruno Cleuder, também foi ao local.
A DH busca saber quem foram os PMs que participaram do caso, para colher o depoimento deles após serem identificados. Os policiais já começaram a ouvir, na tarde de segunda, alguns familiares das vítimas e pretende ouvir mais testemunhas ao longo da semana.
As oito pessoas encontradas já foram identificadas.
Confira a lista:
- Jhonatan klando Pacheco Sodré, 28 anos, tem passagem, evadido do sistema prisional do Pará
- Elio da Silva Araujo, 53 anos, tem passagem
- David Wilson de Oliveira Antunes, 23 anos, não tem passagem
- Kauã Brener Gonçalves Miranda, 17 anos, não tem passagem
- Rafael Menezes Alves, tem passagem, 28 anos, tem passagem
- Carlos Eduardo Curado de Almeida, 21 anos, tem passagem
- Ítalo George Barbosa Gouveia Rossi, o Sombra, 33 anos, 7 passagens
- Douglas Vinicius Medeiros da Silva, sem informações
'Informaram no IML para não reconhecer pelo rosto', diz parente de morto
Um parente de uma das oito pessoas encontradas mortas por moradores contou que funcionários do Instituto Médico Legal (IML) o informaram que o reconhecimento do corpo teria que ser feito do tórax para baixo, uma vez que os rostos das vítimas estavam irreconhecíveis e com sinais de tortura. 
"Informaram que era melhor não ver o rosto porque estava irreconhecível, esfaquearam tudo, arrancaram o olho. Para fazer o reconhecimento, tivemos que fazer da parte do tórax para baixo, reconhecendo as tatuagens. Eu fiz o reconhecimento porque no braço dele tem o nome da mãe dele. Através do braço que eu reconheci que era ele", informou um rapaz, que não quis se identificar.
Apesar dos relatos de moradores, peritos afirmam que, a princípio, não há nenhuma indicação que confirme essa versão narrada por populares. Segundo eles, os ferimentos que geraram tal suspeita nos moradores foram provocados pela saída de tiros de fuzil calibre 7.62. O calibre do armamento é o mesmo usado pelos PMs do Bope.
*Colaborou Reginaldo Pimenta