Bruno Ferreira Correia Reprodução
Familiares criticam pena de ex-namorado condenado pela morte de estudante da Uerj
Bruno Ferreira Correia foi condenado a 25 anos e quatro meses de prisão pelo feminicídio de Luiza Nascimento Braga
Rio - Familiares de Luiza Nascimento Braga, 26 anos, criticaram pena dada pela Justiça ao ex-namorado da jovem, Bruno Ferreira Correia, de 38 anos. Bruno foi condenado, nesta quinta-feira, a 25 anos e quatro meses de prisão pelo feminicídio da jovem. A estudante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi morta com diversas facadas no pescoço e no rosto.
Prima de Luiza, Helena Braga, 42 anos, afirmou ao O DIA que a família esperava que Bruno recebesse a pena máxima de prisão. "A pena dele diminuiu por ele não ter antecedentes, ser réu primário, estar cursando faculdade e ele ter confessado. Acabou pegando 25 anos e 4 meses de prisão, não foi o que a gente esperava, infelizmente. Mas essa aí foi a resposta que tivemos ontem", disse.
Segundo Helena, familiares de Luiza precisaram se conter em alguns momentos do julgamento. "Durante o depoimento, ele teve a cara de pau de dizer que era viúvo, ficamos indignados de ter escutado isso. Foi um sentimento de revolta tão grande. Como um cara desse teve a cara de pau de dizer que era viúvo?", questionou a prima de Luiza, que completou: "Teve uma hora também que ele falou que era uma pessoa que se preocupava muito com o bem-estar de todos e que ele tinha projetos e sonhos com a Luiza. Quase fomos expulsos porque foi tanta baboseira que ele falou".
O feminicídio cometido pelo também aluno da Uerj contra a ex-namorada aconteceu em junho de 2019. O corpo de Luiza foi encontrado pelos pais da jovem na casa onde ela vivia com Bruno, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, após três dias de sumiço. Crime teria sido cometido por ciúmes.
Ele contou que, no dia do crime, enquanto Luiza tomava banho, resolveu mexer no celular dela, tendo encontrado mensagens e fotos que indicavam uma traição. Quando ela saiu do banho eles teriam começado uma briga, ocasião em que Luiza tentou tirar o celular das mãos de Bruno. A partir desse momento, ele afirma não se lembrar de mais nada.
Ao todo, foram ouvidas duas testemunhas de acusação: uma colega de Luiza do curso de Cinema que foi a última pessoa a vê-la com vida e a mãe da vítima. Também foi ouvida uma testemunha de defesa, vizinha dos avós que criaram Bruno desde pequeno, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio.
O Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri da Capital ressaltou que o crime foi cometido por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima.
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