Isadora Calheiros foi morta com um tiro na cabeça por uma policial civil, segundo investigações Reprodução/Instagram

Rio - Investigada como suspeita de assassinar a jovem Isadora Calheiros, de 25 anos, com um tiro na cabeça, a policial civil, identificada como Carla, admitiu ser a autora do disparo, em depoimento prestado na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), no final da tarde de segunda-feira. O crime aconteceu na manhã da última sexta-feira, no município de Queimados.


Nesta terça-feira, a irmã de Isadora, que trabalhava como secretária de uma autoescola e era universitária de direito, também prestará depoimento da especializada responsável pelas investigações.

A suspeita chegou na DHBF, no final da tarde de segunda, acompanhada de seu advogado, Igor de Carvalho. Durante horas de declaração, que renderam seis páginas de depoimento, Carla afirmou que atirou na jovem durante uma briga no portão de sua casa. O motivo do atrito seria um envolvimento de Isadora com o marido da policial.

Um policial contou ao O DIA que Carla narrou ter descoberto a traição do companheiro há um tempo e chegou a mandar mensagens trocadas entre a vítima e seu companheiro para o namorado de Isadora. A infidelidade fez com que a policial se separasse do marido, mas ela acabou reatando o casamento. 
Policial foi até o trabalho da vítima na véspera do crime 

A agente ainda contou em depoimento que houve algumas ameaças durante esse período e que chegou a observar um carro parado próximo de sua casa algumas vezes e que viu o mesmo veículo no portão da vítima. Por conta disso, ela foi até o trabalho da jovem para conversar com ela na véspera do crime, mas não a encontrou.

Na sexta-feira, Isadora foi até a casa de Carla. A policial afirma que a secretária chegou chutando o portão e que ela saiu armada. Ela ainda conta que as duas chegaram a brigar e no meio da briga efetuou o disparo. A jovem chegou a ser socorrida para a UPA de Queimados, mas não resistiu. 

Depois de prestar seu depoimento em sede policial, Carla foi liberada. Ela já havia pedido para seu advogado entregar sua pistola calibre 40 na DHBF e a arma foi apreendida momentos após o crime. 

"Ela não nega que tenha sido a autora do disparo. A situação se deu enquanto ela estava em casa, recém operada de retirada de vesícula, amamentando o filho de 6 meses e foi surpreendida pela chegada repentina e agressiva da vítima. Infelizmente, após agressões, esse fato lamentável ocorreu. Ela ajudou a socorrer a jovem e desde um primeiro momento colaborou com as investigações. Ela está muito abalada e chorosa, porque não tinha a menor intenção que as coisas se sucedessem dessa forma", declarou Carvalho.

A defesa ainda afirma, sem dar detalhes, que a policial não cometeu o crime por ciúmes.

"Ao contrário do que estão falando, os fatos não se deram por ciúmes, uma vez que a policial quem se separou do ex-marido, assim que descobriu várias traições, não só com essa menina. Essa menina foi apenas mais uma das amantes do ex-marido, por isso, dentro do contexto, não havia qualquer relevância para que a policial a perseguisse", finalizou o advogado. 
Familiares da vítima pedem justiça 
Isadora foi sepultada no sábado. Ela deixa uma filha de seis anos, que necessita de cuidados especiais. Em suas redes sociais, ela demonstrava o amor e dedicação à menina. Familiares da jovem pedem justiça.