Especialistas defendem cancelamento do RéveillonArquivo O Dia
“No último InfoGripe, observamos, mais uma vez, um aumento importante de casos semanais de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças pequenas e em jovens adultos. Parte desses casos continuam sendo de Covid. É um momento de cautela, temos uma nova variante de preocupação, a Ômicron. Não há como saber em quais países ela já está. O Réveillon no Rio de Janeiro é um evento internacional extremamente relevante, não é simplesmente um evento local”, afirma.
O virologista Amilcar Tanuri, integrante do comitê científico que assessora a Secretaria de Saúde do Estado, concorda com Gomes. “Eu defendi o cancelamento da festa porque a gente está com pouco tempo para avaliar o impacto da variante Ômicron. A nossa situação epidemiológica é até boa, mas, daqui a trinta dias, eu não sei como vamos estar. A decisão do Rio de Janeiro, de seguir as orientações sanitárias, é uma medida de precaução muito acertada”, diz.
Até o momento, o grupo técnico que assessora a Secretaria Estadual de Saúde avalia que é necessário suspender eventos com aglomeração, mesmo em ambientes abertos. Para o Réveillon, os municípios ainda foram orientados a monitorar os casos de viajantes sintomáticos vindos de qualquer país por um período de 14 dias, por causa da nova variante.
“Com tudo o que aconteceu nos últimos dois anos, todo mundo tinha muitas expectativas para esse Réveillon”, disse a estudante Harumy Sato, de 20 anos, moradora de São João de Meriti, na Região Metropolitana. “A gente pensava que já estaríamos todos imunizados e livres da Covid. Estamos imunizados, mas não livres da Covid. Isso gera, sim, uma frustração. Mas, se a festa não é segura, precisa ser cancelada.”
A dona de casa Vânia Imbroinisio, 58 anos, de Irajá, na Zona Norte, acha que o cancelamento do Réveillon foi uma medida “excelente”. “No ano novo, eu vou ficar em casa. Já estou em casa. Pelo perigo que está acontecendo, né? Estou muito animada para tomar a minha terceira dose. Queria que fosse hoje”, conta.
É o que diz também a manicure Luciene Almeida, 37 anos, moradora de Bangu, na Zona Oeste. “Eu vou ficar na minha casa, como todo ano. Tenho que evitar aglomeração, porque eu sei que é perigoso para todo mundo.”
“Não deixa de ser uma decepção, mas a gente não pode dizer que é uma surpresa, considerando a chegada da nova variante”, completa Thamyres Magalhães, 20 anos, de Colégio, na Zona Norte.
A auxiliar administrativa Tamara Ferreira, de 38 anos, também não queria comemorar a virada do ano em casa, mas ainda concorda com a decisão. Ela é de São Gonçalo, na Região Metropolitana, e costuma passar o Réveillon no Rio. “O momento pede cautela e a melhor coisa que nós podemos fazer é vacinar, receber o reforço dos imunizantes e manter as medidas de prevenção, como uso de máscaras e higienização de mãos”, conta.
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