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Comitês do Estado e Município não vão mais se reunir na sexta-feira

Governador Claudio Castro afirmou que decisão final sobre a festa será tomada em acordo com o prefeito Eduardo Paes, mas cada governante tratará da questão com sua equipe

Governador Cláudio Castro e secretário Alexandre Chieppe concedem entrevista coletiva sobre antecipação da segunda dose da Astrazenica.Carlos Magno/Divulgação

Rio - A reunião entre os comitês científicos municipal e estadual do Rio não vai mais acontecer. A estratégia foi descartada, conforme anunciou ontem (7) o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), após almoço na Associação Comercial do Rio. Castro se reuniu na terça-feira com o secretário Alexandre Chieppe e determinou que o comitê científico estadual proponha possibilidades para a festa. A decisão final sobre o Réveillon será tomada em acordo com o prefeito Eduardo Paes, afirmou.  
Cláudio Castro falou na Associação Comercial na terça-feira que nada está definido a respeito do modelo a ser adotado para o Réveillon. Nem o cancelamento da celebração está certo. "Cenas dos próximos capítulos. Isso os técnicos vão se reunir e é problema deles. A gente dá a ordem e eles têm que se virar pra achar como vão fazer. Se não, mando todo mundo embora e eu faço", afirmou.
Castro lamentou que uma reunião do conselho científico em que os técnicos manifestaram preocupação com a realização da festa tenha sido vazada.
"A decisão final é minha e do Eduardo Paes. Infelizmente, foi vazada uma reunião do comitê estadual onde eles demonstravam preocupação com a nova variante. A preocupação era pela falta de informação, que o mundo inteiro não tem. Sábado, o prefeito acabou tomando essa decisão.
Esperei baixar a temperatura e combinamos de encontrar os comitês. (Depois) alinhamos que cada um vai no seu comitê", disse o governador.
Claudio Castro declarou na terça-feira que considera permitir a realização de queima de fogos com reprodução de música eletrônica no Réveillon em Copacabana, na Zona Sul do Rio na festa de fim de ano. A orla deve ficar com estacionamento proibido para evitar aglomeração. A proposta está alinhada com um pedido feito por parte do prefeito Eduardo Paes para que o estado avaliasse junto ao seu comitê a viabilidade de manter a queima de fogos na virada de ano.
O governador inicialmente tinha sugerido que os Comitês Científicos do Governo e do Município do Rio se reunissem para discutir a viabilidade de festa. Mas, a decisão foi revista. Castro afirmou que orientaria o secretário estadual de Saúde Alexandre Chieppe para convocar o Comitê Científico. E que o prefeito Eduardo Paes, por sua vez, trataria do assunto com sua equipe. Uma determinação sobre a festa de Réveillon deve ser definida nessa semana.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou o cancelamento das festas de Réveillon no último sábado (4), após a divulgação da notícia de que parte dos técnicos especialistas consultados pela Secretaria Estadual de Saúde haviam desaconselhado a realização da festa. Mas, Paes e Castro têm conversado para pensar alternativas para a celebração.
Em relação às festas particulares, o governador sinalizou que serão permitidos eventos de até um milhão de pessoas. A atribuição para determinar os respectivos protocolos será municipal. Castro lembrou que há um surto de Influenza na capital e que se faz necessário ser prudente. "A Influenza tá lotando as clínicas. Temos que ter prudência e sermos equilibrados", ponderou.
Especialistas avaliam que festa é arriscada
A pesquisadora em Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ Crystina Barros afirma que a queima de fogos é um chamariz para multidões de acesso incontrolável. "Não é hora de esmorecermos. Vamos lembrar que esse tipo de evento abre as portas para um turismo que não tem controle de pessoas vacinadas e que pode trazer variantes do mundo, que podem provocar reinfecção. A mensagem correta neste momento é: vacinem-se, mas sigam usando máscara e proteção", afirmou a pesquisadora.
O pesquisador da Fiocruz Hermano Castro avalia que a queima de fogos pode oferecer risco para aumento de casos de covid-19 no Rio. "Nesse momento, ainda há um risco elevado em ter festas dessa natureza com milhões de pessoas, que certamente estarão sem máscara com as ameaças que a gente tem atualmente. Nós temos uma nova variante que ainda precisamos conhecer qual será o caminho que a variante vai tomar, parece que a vacina pega, tem uma transmissibilidade maior, mas não sabemos o tamanho dela numa população vacinada como a nossa", ponderou.
O sanitarista reforça que não atingimos 80% da população vacinada. " Todas essas incertezas nos coloca numa situação vulnerável. Com risco de haver um recrudescimento da doença pós-Réveillon. Acho que a gente não merece e não devemos correr esse risco. Já temos 615 mil mortes no Brasil. Hoje, estamos com mortalidade controlada e em baixa em vários Estados e municípios. O Rio de Janeiro avançou bem com a vacina, mas uma festa como essa põe em risco isso tudo. Podem vir pra cá aqueles que não se vacinaram e tem essa nova ameaça do Ômicron. Acho que nesse momento é temeroso abrir a guarda e organizar festas com milhões de pessoas circulando na rua", afirmou Hermano Castro.
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Comitês do Estado e Município não vão mais se reunir na sexta-feira

Governador Claudio Castro afirmou que decisão final sobre a festa será tomada em acordo com o prefeito Eduardo Paes, mas cada governante tratará da questão com sua equipe

Governador Cláudio Castro e secretário Alexandre Chieppe concedem entrevista coletiva sobre antecipação da segunda dose da Astrazenica.Carlos Magno/Divulgação

Rio - A reunião entre os comitês científicos municipal e estadual do Rio não vai mais acontecer. A estratégia foi descartada, conforme anunciou ontem (7) o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), após almoço na Associação Comercial do Rio. Castro se reuniu na terça-feira com o secretário Alexandre Chieppe e determinou que o comitê científico estadual proponha possibilidades para a festa. A decisão final sobre o Réveillon será tomada em acordo com o prefeito Eduardo Paes, afirmou.  
Cláudio Castro falou na Associação Comercial na terça-feira que nada está definido a respeito do modelo a ser adotado para o Réveillon. Nem o cancelamento da celebração está certo. "Cenas dos próximos capítulos. Isso os técnicos vão se reunir e é problema deles. A gente dá a ordem e eles têm que se virar pra achar como vão fazer. Se não, mando todo mundo embora e eu faço", afirmou.
Castro lamentou que uma reunião do conselho científico em que os técnicos manifestaram preocupação com a realização da festa tenha sido vazada.
"A decisão final é minha e do Eduardo Paes. Infelizmente, foi vazada uma reunião do comitê estadual onde eles demonstravam preocupação com a nova variante. A preocupação era pela falta de informação, que o mundo inteiro não tem. Sábado, o prefeito acabou tomando essa decisão.
Esperei baixar a temperatura e combinamos de encontrar os comitês. (Depois) alinhamos que cada um vai no seu comitê", disse o governador.
Claudio Castro declarou na terça-feira que considera permitir a realização de queima de fogos com reprodução de música eletrônica no Réveillon em Copacabana, na Zona Sul do Rio na festa de fim de ano. A orla deve ficar com estacionamento proibido para evitar aglomeração. A proposta está alinhada com um pedido feito por parte do prefeito Eduardo Paes para que o estado avaliasse junto ao seu comitê a viabilidade de manter a queima de fogos na virada de ano.
O governador inicialmente tinha sugerido que os Comitês Científicos do Governo e do Município do Rio se reunissem para discutir a viabilidade de festa. Mas, a decisão foi revista. Castro afirmou que orientaria o secretário estadual de Saúde Alexandre Chieppe para convocar o Comitê Científico. E que o prefeito Eduardo Paes, por sua vez, trataria do assunto com sua equipe. Uma determinação sobre a festa de Réveillon deve ser definida nessa semana.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou o cancelamento das festas de Réveillon no último sábado (4), após a divulgação da notícia de que parte dos técnicos especialistas consultados pela Secretaria Estadual de Saúde haviam desaconselhado a realização da festa. Mas, Paes e Castro têm conversado para pensar alternativas para a celebração.
Em relação às festas particulares, o governador sinalizou que serão permitidos eventos de até um milhão de pessoas. A atribuição para determinar os respectivos protocolos será municipal. Castro lembrou que há um surto de Influenza na capital e que se faz necessário ser prudente. "A Influenza tá lotando as clínicas. Temos que ter prudência e sermos equilibrados", ponderou.
Especialistas avaliam que festa é arriscada
A pesquisadora em Saúde e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ Crystina Barros afirma que a queima de fogos é um chamariz para multidões de acesso incontrolável. "Não é hora de esmorecermos. Vamos lembrar que esse tipo de evento abre as portas para um turismo que não tem controle de pessoas vacinadas e que pode trazer variantes do mundo, que podem provocar reinfecção. A mensagem correta neste momento é: vacinem-se, mas sigam usando máscara e proteção", afirmou a pesquisadora.
O pesquisador da Fiocruz Hermano Castro avalia que a queima de fogos pode oferecer risco para aumento de casos de covid-19 no Rio. "Nesse momento, ainda há um risco elevado em ter festas dessa natureza com milhões de pessoas, que certamente estarão sem máscara com as ameaças que a gente tem atualmente. Nós temos uma nova variante que ainda precisamos conhecer qual será o caminho que a variante vai tomar, parece que a vacina pega, tem uma transmissibilidade maior, mas não sabemos o tamanho dela numa população vacinada como a nossa", ponderou.
O sanitarista reforça que não atingimos 80% da população vacinada. " Todas essas incertezas nos coloca numa situação vulnerável. Com risco de haver um recrudescimento da doença pós-Réveillon. Acho que a gente não merece e não devemos correr esse risco. Já temos 615 mil mortes no Brasil. Hoje, estamos com mortalidade controlada e em baixa em vários Estados e municípios. O Rio de Janeiro avançou bem com a vacina, mas uma festa como essa põe em risco isso tudo. Podem vir pra cá aqueles que não se vacinaram e tem essa nova ameaça do Ômicron. Acho que nesse momento é temeroso abrir a guarda e organizar festas com milhões de pessoas circulando na rua", afirmou Hermano Castro.
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