Prefeitura do Rio inaugurou nesta terça-feira (8) um polo de atendimento para casos de gripe na Vila Olímpica do Complexo do AlemãoMARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA
Butantan deve enviar doses da vacina contra a gripe para o Rio
Com a campanha de vacinação contra a gripe suspensa, Prefeitura esperava receber remessas do Ministério da Saúde, o que não aconteceu. Governo federal também não deu previsão. Capital fluminense vive um surto da doença
Rio - Com a vacinação contra a gripe suspensa há cinco dias por conta do estoque zerado, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, afirmou que está em contato com o Butantan para que o instituto paulista envie doses para a cidade nos próximos dias - a expectativa é de receber 300 mil. O Ministério da Saúde, que havia programado um envio de doses na última segunda-feira (6), ainda não entregou - a expectativa é de que chegue nesta quarta. A capital fluminense vive um surto de gripe desde o mês passado.
"Estou cobrando muito o Ministério da Saúde. Não pode faltar vacina para a gipe. A cidade do Rio já vacinou mais pessoas da gripe do que todos os outros anos. A gente tinha a expectativa de receber vacinas na segunda, isso não aconteceu, e devem chegar no dia de hoje. E o Butantan tem 3 milhões de doses que ofereceu ao Ministério da Saúde. Se o MS não autorizar esse envio, o Butantan já se propôs a doar vacinas para a cidade do Rio - seriam 300 mil doses que devem chegar nos próximos dias. A gente não pode esperar. A vacina ajuda a bloquear esse surto", afirmou o secretário municipal Daniel Soranz, em entrevista ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo.
Procurado pela reportagem, o Butantan afirmou que já ofereceu as 3 milhões de doses ao Ministério da Saúde, mas que ainda não houve resposta.
Nesta quarta-feira (8), a Prefeitura do Rio inaugurou um polo de atendimento para casos de gripe na Vila Olímpica do Complexo do Alemão, na Zona Norte. Outros cinco espaços serão inaugurados até a próxima semana. O objetivo é que profissionais de saúde façam a triagem dos casos leves e a testagem para saber se é gripe, ou covid. Em casos de maior gravidade de síndrome gripal, os pacientes serão encaminhados unidades de saúde.
A Secretaria Estadual de Saúde também montou tendas em UPAs estaduais - Botafogo, Tijuca e Marechal Hermes - para esse mesmo tipo de triagem. Outras devem ser instaladas na Penha e em Jacarepaguá. Os postos municipais e estaduais têm ficado superlotados por conta dos atendimentos de síndrome gripal.
"É importante que as pessoas com sintomas façam testes. Serão mais cinco polos até a próxima semana. Esse polo do Alemão tem capacidade de atender 1 mil pessoas. Elas têm atendimento, têm a possibilidade de testar, e em caso de gravidade são encaminhadas para unidades de urgência e emergência. Em caso de gripe, as pessoas devem se encaminhar para os centros municipais de saúde. A gente já tem mais de 23 mil casos de pssoas notificadas com gripe e esperamos poder diminuir essa demanda", disse Soranz.
Segundo o secretário, a prefeitura pediu ao Ministério da Saúde que reabra os leitos ociosos na rede federal, como no Hospital de Bonsucesso. O município também cobrou o envio de doses da vacina contra a gripe: o governo do estado informou que recebeu um comunicado do governo federal de que 100 mil doses serão enviadas nesta quarta-feira (8) ao Rio. A capital está com a vacinação da gripe suspensa desde a última sexta-feira (3).
"A gente está acompanhando a migração desse surto para a Zona Oeste. Ele não era esperado para esse período de verão que está chegando, apesar do clima um pouco diferente esse ano (mais ameno). Com a queda dos casos de covid, deu-se espaço para outro vírus, e o da vez foi o H3N2, da gripe", disse Soranz ao telejornal.
Réveillon: decisão na próxima semana
O secretário municipal de Saúde também falou sobre a possibilidade de aventada pelo governo do estado de realizar somente a queima de fogos na orla de Copacabana, sem shows - apenas com música eletrônica nas caixas de som - e estacionamento proibido. O governador Claudio Castro (PL) afirmou que repassará a ideia para o comitê estadual.
"O Réveillon é muito importante para a economia da cidade, mas as vidas têm de ser prioridade. Não vai ter show na orla, foram interrrompidos para diminuir o número de pessoas. Uma opção alternativa seria somente os fogos. Isso ainda está sendo avaliado e devemos ter uma posição na próxima semana", disse o secretário.
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